Rubinho é o novo herói nas margens do Sado. Ficou célebre depois na meia-final da Taça de Portugal, com o Vitória de Guimarães. Ele e a sua fé inabalável que o levou a colocar-se de joelhos no relvado pedindo a forças superiores um golo. A resposta chegou do céu, e Rubinho pôde brilhar nas grandes penalidades no caminho do Vitória para o Jamor. Hoje o telemóvel não parou de tocar desde bem cedo.
«Foi um dia bem suado», disse entre risos. «Desde a manhã até à noite é só entrevistas e parabéns», contou o guarda-redes brasileiro. «São as coisas boas da vida de um jogador. E tal como quando as coisas não nos correm da melhor forma temos de saber encarar, temos de aproveitar os momentos bons, mas sempre com o pé no chão», explicou.
Mas foi precisamente no jogo de ontem que Rubinho ganhou plano de destaque no futebol português. Depois de uma brilhante exibição no Bonfim que empurrou o Vitória de Setúbal para a final do Jamor. «O primeiro título na carreira, com a selecção brasileira sub-17, foi ganho nos penalties. Foi contra a Austrália na Nova Zelândia. E ontem novamente foi decidido dessa forma», relatou.
A determinada altura, no prolongamento, já o V. Guimarães tinha marcado, Rubinho ajoelhou-se no relvado e rezou. «Na hora que ajoelhei pedi a Deus que fosse justo porque o Vitória não merecia passar por mais uma derrota. Pedi para que fosse resolvido tudo nos penalties. E, naquele momento, todos pensavam que era impossível surgir um golo. Ali foi o momento em que acreditei que era possível. Penso que naquele lance do Auri foi a mão de Deus que levou a bola até ao golo.»