Duas verdades, ambas evidentes: uma equipa de futebol nunca é um projeto acabado, antes depende do que acontece diariamente, e os adversários não são todos iguais.

As equipas crescem a partir de bons resultados, de confiança. Jogar com FC Porto ou Benfica não é o mesmo que defrontar, por exemplo, clubes que acabaram de chegar à I Liga.

Em agosto precisamos de juntar diversos outros factores.

A inexperiência.

O atraso na construção dos plantéis.

Um treinador novo.

Muitos jogadores novos.

Um estádio em obras.

Jogos europeus.

Tudo isto torna o mês de agosto especial e difícil.

Neste contexto, começar bem é muito relevante. Não decisivo, mas relevante.

Para Rio Ave e Estoril, por exemplo, os seis pontos conseguidos representam 20 por cento do caminho andado para atingir o primeiro objetivo: ficar na Liga. O facto de ambos terem jogado com Arouca e Belenenses, dois adversários para quem está a ser difícil despertar entre os grandes.

Para o Sporting de Braga os seis pontos significam tempo que se ganhou, confiança que se gerou, algo fundamental num grupo que perdeu algumas referências das últimas épocas. Mas mesmo assim precisa de lutar pelo acesso à Liga dos Campeões.

Para o FC Porto é só a confirmação de que tudo foi bem feito no defeso.

Mas é o Sporting que mais retira deste início perfeito, com seis pontos, duas goleadas e liderança nas primeiras duas rondas.

No momento do sorteio da Liga, o derby à terceira jornada parecia um risco elevado, depois da temporada passada. Agora é sobretudo uma oportunidade. Eventual resultado negativo não terá qualquer consequência, haverá sempre as coisas boas dos primeiros dois jogos para recordar. Uma vitória dará a Leonardo Jardim muito espaço para trabalhar a equipa e crescer. E permitirá a todos acreditar que a luta pela Liga dos Campeões é mesmo possível. Afinal, as equipas crescem todos os dias.