O Celtic de Glasgow guarda boas e más recordações de Portugal e dos clubes portugueses. Primeiro, em 1967, conquistou a Liga dos Campeões, no Estádio Nacional, em Lisboa. Depois, em 2003, perdeu a Taça UEFA em Sevilha para a sala de troféus do FCPorto. Pelo meio, teve num jogador português a grande estrela da sua equipa: o avançado Jorge Cadete. É talvez relembrando este ídolo que os escoceses contrataram Arlindo Morais, treinador português com passagens pelos escalões inferiores, para ser olheiro do clube.
Arlindo Morais orientou Ferreirense, Vasco da Gama da Vidigueira, Serpa e liderou a formação do Desportivo de Beja. Hoje em dia, é o «responsável pelo recrutamento e ¿scouting¿ de jogadores em Portugal» por parte do Celtic, segundo conta à Lusa.
O treinador lusitano anda à procura de talentos para o líder da liga escocesa e não tem directrizes especiais para a pesquisa. «Eles querem aquilo que todos pretendem, bons jogadores. E o mercado português é óptimo nisso», afirmou. A base de estudo de Morais é alargada, pois o Celtic só se preocupa incondicionalmente com a qualidade. «Há uma preocupação por posições e por idades, em todos os escalões de formação», apesar da maior atenção ser prestada «ao futebol profissional». As funções do técnico de 39 anos resumem-se a «procurar [jogadores] e identificá-los».
Com o curso de III nível tirado na Escócia, Morais sente que o trabalho de olheiro é «interessante e importante», mas não pensa ficar por estas funções no futuro. «O que me fascina é o treino e a competição. Era isso que eu gostava de fazer. Não sendo possível, posso fazer este tipo de trabalho, que pode ser útil para mim, por contactar com novas pessoas, conhecer novos jogadores e realidades», afirmou o treinador português.