O gesto com que Anelka festejou o seu primeiro golo no empate entre West Ham e West Bromwich Albion (3-3) deste sábado iniciou uma polémica envolvendo conotações antissemitas e, entretanto, promessas de que não será repetido. Este foi um de vários comportamentos que deram que falar ao longo deste ano e que assumiram várias formas, desde as provocações às agressões tendo sido punidos também de diversas maneiras, desde as multas às suspensões para sempre.

Nicolas Anelka reproduziu o gesto denominado «quenelle» associado a uma saudação nazi em que o braço esquerdo cruza o peito até tocar o braço direito que está direito a apontar para o chão. A última reação à polémica foi o comunicado do WBA a anunciar que Anelka não repetirá o gesto. O mesmo garantiu já nesta segunda-feira Tony Parker, autor de comportamento idêntico agora retratado.

A liga inglesa tem sido fértil em comportamentos dos jogadores que têm merecido respetivas punições e, também já a meio deste mês de dezembro, Jack Wilshere foi apanhado pelas câmaras de televisão a apontar o dedo médio da mão direita em direção aos adeptos do Manchester City. O jogador do Arsenal foi castigado com dois jogos de suspensão.



Em Março deste ano já Wilfried Zaha tinha feito o mesmo que Wilshere. O jogador emprestado pelo Manchester United ao Crystal Palace foi então suspenso durante um jogo, não obstante as queixas que fez sobre insultos por parte dos adeptos do Leeds – o mesmo castigo que Luis Suárez também já tinha recebido em 2011. Mas com as repetições do gesto, o médio do Arsenal já foi castigado a dobrar.

Na NBA, os gestos considerados obscenos não tem sido castigados com suspensões; antes têm sido punidos com multas. O autor do festejo que ficou conhecido como «Sam Cassell Big Balls Dance» não sofreu consequências, mas os seus imitadores não têm parado; assim como os responsáveis pela NBA não têm parado de cobrar por isso. Que o digam Marco Belinelli (Chicago Bulls), Caron Butler (Milwaukee Bucks) e Andray Blatche (Brooklyn Nets), que foram todos multados em 15 mil dólares (cerca de 10.800 euros).



Pior do um gesto obsceno é um gesto considerado «ameaçador». A NBA multou Kevin Durant por ter simulado o degolar de uma garganta, complementado com as mãos juntas em oração. E o jogador dos Oklahoma City Thunder ainda legendou os gestos com palavras: «Matem-nos e rezem por eles depois do jogo.» tudo isto custou a Durant 25 mil dólares (cerca de 18.100 euros). Na liga de futebol americano, as multas são mais leves, mesmo para os reincidentes. A NFL castigou Ndamukong Suh com 7.875 dólares (cerca de 5.700 euros) pelo gesto de degolar uma garganta.

No futebol, as agressões consumadas também não ficam sem castigos. E pesados. Na liga do Qatar, o jogo entre o Al-Arabi e o Al Gharafa foi disso exemplo. Uma entrada dura do brasileiro Nene deu início à confusão. O jogador do Al Gharafa fez explodir o que já estava quente quando agrediu Houssine Kharja. O marroquino, pelo seu lado, enquanto não respondeu não descansou. Como resultado, Nene foi castigado com nove jogos de suspensão, Kharja com dez. O brasileiro foi multado em 70 mil euros. O marroquino pagou 75 mil.



Voltando a Inglaterra, a mordidela de Luis Suárez a Ivanovic correu o mundo pelo inusitado da agressão. O gesto custou também dez jogos de suspensão ao jogador do Liverpool. E uma multa cobrada pelo clube que ficou perto dos 300 mil euros.

A agressão a um árbitro na Indónésia valeu a Pieter Rumaropen a suspensão para sempre. O motivo foi a marcação de um penálti. A falta não existe, mas a reação do avançado do Persiwa foi de tal forma que o nariz do árbitro não foi ao sítio sem levar pontos.



Uma suspensão para sempre foi também o que apanhando o grego Giorgios Katidis, mas, no seu caso, por ter feito uma saudação nazi depois de ter marcado um golo. O médio margou o golo do triunfo do AEK sobre o Venia e celebrou-o com o braço direito esticado como faziam os nazis. A federação grega reagiu banindo o internacional sub-21 de todas as seleções nacionais. O grego acabou tambem por ser punido com cinco jogos de castigo e uma julta de 1.300 euros. O AEK também suspendeu o jogador até o transferir em junho para Itália.

As eliminatórias para o Campeonato do Mundo também não escaparam aos castigos pesados. E a FIFA foi severa com o capitão da Croácia que ficou fora do Mundial depois de ter ajudado a sua seleção a qualificar-se. A FIFA castigou Josip Simunic com dez jogos de suspensão devido aos cânticos no final do jogo. Garantido o apuramento frente à Islândia, Simunic agarrou num microfone e foi cantar com os adeptos uma canção atribuída ao regime Ustasha, que foi pró-nazi durante a IIª Guerra Mundial.