Na conferência de imprensa após a vitória sobre o Libertad, que valeu a passagem à meia-final da Libertadores, Abel Ferreira foi questionado sobre o facto de o técnico português ter estado infetado com covid-19 e como lidou com a situação da doença e de comandar a equipa à distância.

«Eu vou dizer exatamente aquilo que senti. Na primeira noite tive medo», começou por admitir o treinador.

«As pessoas acham que os líderes não têm medo… confesso que na primeira noite tive medo porque este vírus tem formas diferentes de reagir em todos os corpos. Na primeira noite não queria adormecer porque estava com medo. Felizmente, a partir da segunda noite, tudo começou a estabilizar, deixei de ter febre, comecei a estar normal. Foram dez dias muito tranquilos», acrescentou Abel.

«Todas as pessoas do clube ligavam-me a perguntar se precisava de algo, estive sempre acompanhado. As pessoas do hotel foram muito simpáticas comigo, logicamente com a devida distância porque ninguém podia entrar no quarto. Era eu que fazia a limpeza e tratava de tudo, também era bom para passar o tempo. Felizmente tudo correu bem», disse ainda o treinador português, falando sobre como foi orientar a equipa à distância.

«Tenho uma equipa técnica altamente competente. Eu tenho uma equipa de treinadores que trabalha comigo, não são assistentes, são treinadores. Com a tecnologia que temos hoje em dia, é possível estar presente e o clube oferece todas as condições para que nada falte, por isso estive sempre presente. Tive reuniões individuais e coletivas por zoom. Faltou o contacto e a presença, mas tudo o resto esteve lá», explicou, acrescentando:

«Estes jogadores sabem o que precisam fazer, já lhes disse há momentos no jogo em que nem precisam de um treinador para jogar.»