Pedro Emanuel acedeu esta terça-feira, quiçá, ao pedido mais inusitado da sua ainda curta carreira como treinador. Uma adepta ferrenha da Académica pediu-lhe as calças de fato de treino. E porquê esta parte específica da roupa de trabalho do jovem técnico? Dona Cândida explica.
«Há dois anos, quando festejamos a permanência, em Matosinhos, o André Vilas Boas atirou o casaco de fato de treino para a claque e eu tive a sorte de o apanhar. Depois, numa entrevista, disse que queria ir de fato completo para o Jamor», disse, sorridente, já com a preciosa peça de roupa em mãos.
«Digo-vos uma coisa: nunca bebi um copo de vinho, mas se ganharmos no domingo, vou tomar e o mais certo é entrar em estado de coma. É uma promessa», conta divertida, asseverando que só largará as recordações dos dois técnicos se um dia resolver fazer um leilão para uma instituição de caridade.
O amor à Briosa já lhe valeu várias estórias para contar aos netos. Algumas felizes, outras nem tanto: «No último jogo, em Guimarães, o nosso autocarro foi apedrejado e eu fui uma das vítimas, mais o meu marido. Vá lá, podia ter sido mais grave, mas fiz questão de voltar a Coimbra com a Mancha Negra, que é a minha família, não de sangue, mas do coração.»
«Eu vivo o futebol intensamente. São muitos anos a acompanhar a Académica. É uma coisa que não se explica, sente-se. Faço tudo para estar presente em todos os jogos. Já fui à Madeira sozinha, fui e vim no mesmo dia, para me juntar à minha família, da Mancha», completou.
Depois de receber as calças, dona Cândida, cozinheira de profissão, retribuiu com um chapéu de chefe e uma colher de pau. «É para se lembrar de mim sempre que entrar na cozinha», disparou, arrancando um sorriso ao treinador dos estudantes, que, curiosamente, faz anos no dia a seguir ao aniversário desta adepta... muito especial.
Allioune NDiaye à experiência
O plantel da Briosa deu início esta terça-feira à preparação do jogo com o Sporting e foi possível voltar a assistir aos primeiros 15 minutos depois de semanas de treinos à porta fechada. A grande novidade foi a presença do central senegalês Allioune NDiaye, 22 anos, jogador do Touré Kounda que está à experiência.
Orlando, Pape Sow e Reiner continuam em recuperação, devendo todos falhar o derradeiro jogo da temporada. A sessão ficou ainda marcada por uma visita da Mancha Negra, que veio felicitar os jogadores pelos feitos recentes (manutenção, Liga Europa e final da Taça de Portugal), desejando-lhes a melhor sorte para o jogo de domingo.