A Académica aprovou na noite desta terça-feira, por maioria dos cerca de 50 sócios presentes na Assembleia Geral, o orçamento para a época 2010/11, que ascenderá a 5, 218 milhões de euros, valor superior em apenas 3,5 por cento (perto de 200 mil euros) em relação ao exercício anterior, que se cifrou em cerca de cinco milhões.

Apesar dos inevitáveis custos fixos de funcionamento nos diferentes espaços, designadamente a Academia, o Pavilhão Jorge Anjinho e o Estádio Cidade de Coimbra, tal não implica, advogam os responsáveis da Briosa, «um desvio significativo da linha traçada devido à diminuição dos custos com o futebol profissional».

Com efeito, a fatia reservada à principal actividade do clube passou a representar 70 por cento dos custos contra os 73 previstos no orçamento anterior. Em suma, o montante reservado para o futebol profissional para a próxima época será de 3,637 milhões de euros contra os 3,647 da época passada, ou seja, uma diminuição muito ligeira, de 10 mil euros. É, de acordo com o presidente José Eduardo Simões, o «quinto orçamento mais baixo da Liga».

U2 rendem 165 mil euros

Os estudantes canalizaram igualmente menos dinheiro para a formação, que ficou dotada com 283 mil euros quando, no orçamento anterior, recebeu 288 mil euros. Do lado dos proveitos, entre outros, como as receitas da publicidade e direitos televisivos, referência para os 165 mil euros que o clube contabiliza por via do concerto dos U2 no Estádio Cidade de Coimbra, em Outubro. Feitas as contas, há um resultado previsional de 189 mil euros.

Além da aprovação do orçamento, destaque também para a revisão estatutária que foi finalmente concluída, depois de cinco reuniões magnas. No ponto mais polémico, foi aprovado, com uma abstenção, que o clube pode criar modalidades amadores no âmbito da FPF (o futsal já existe mas podem surgir outras) e do desporto adaptado.

Na prática, ficou tudo na mesma: a Académica (Organismo Autónomo de Futebol) continua a não se dedicar exclusivamente ao futebol profissional, mantendo, por exemplo, escalões de formação, tal como a Académica (Direcção Geral). A confusão causada pela coexistência das duas instituições, no âmbito das mesmas actividades, irá, por isso, subsistir.