A Académica continua a baixar o orçamento global do clube, mas, na próxima época, inverterá a tendência de também cortar nos gastos com o futebol profissional. Pelo menos essa é a primeira análise a retirar do documento aprovado esta terça-feira pelos sócios da Briosa, numa Assembleia-Geral onde a Taça de Portugal conquistada em Maio voltou a marcar presença.
Os responsáveis do clube preveem gastar 4,867 milhões com a nova temporada, um valor apenas 2,66 por cento (133 mil euros) mais baixo em relação ao valor orçamentado para a anterior, que se fixou nos cinco milhões de euros. Ainda assim, será um dos valores mais baixos de sempre.
No ano passado, a verba afeta ao futebol sofreu um corte de 18 por cento, ou seja, recebeu menos 600 mil euros, quedando-se pelos três milhões de euros, o montante mais baixo de sempre nessa matéria desde que o clube voltou a jogar na I Divisão.
Representava apenas 60 por cento dos gastos, mas na próxima época passará a significar 71 por cento do orçamento total, com um valor de 3, 465 milhões de euros, quase mais meio milhão de euros em relação à pretérita campanha.
Lucros esperam-se na Liga Europa
Em ano de regresso às competições europeias, compreende-se o aumento da verba destinada à principal atividade da instituição, mas esta está longe de ser a estimativa mais alta para a modalidade dos últimos anos. Com exceção da época passada, o futebol tem vindo a receber, em média, 3,6 milhões de euros.
De qualquer forma, é intenção dos dirigentes estudantis reduzir progressivamente os custos com o futebol, mormente no âmbito das remunerações e encargos sociais. Significativo foi também o facto de não terem sido contempladas nem as receitas, nem os custos da participação na Liga Europa.
O desconhecimento da forma como as verbas serão distribuídas pela UEFA, além de o grupo ainda não ter sido sorteado, recomendam prudência, mas já há destino para os lucros esperados: investimento na academia do clube e abatimento do passivo, que deverá baixar substancialmente.
Presidente promete equipa fortemente competitiva
Uma das preocupações da noite foi para o futsal, que irá sofrer uma redução de 120 mil para 70 mil euros. Mas houve mais, como a denúncia do presidente José Eduardo Simões, sobre a intenção do Governo de acabar, no prazo de um ano, com o regime que rege os clubes profissionais de futebol.
«Querem obrigar-nos a tornarmo-nos em sociedades anónimas desportivas ou sociedades comerciais por cotas. A partir da época 2013/14, vamos para II Divisão B ou extinguimo-nos», assegurou.
Apesar de ter «um dos cinco orçamentos mais baixos da I Liga», o dirigente prometeu uma equipa «fortemente competitiva». «Vai ser muito difícil vencer-nos e vamos ver se não fazemos um brilharete também na Liga Europa», vaticinou, aproveitando para mostrar o equipamento para a nova temporada, da marca Nike.

O clube deverá ainda ter de indicar à UEFA um terceiro equipamento, mas isso só será mesmo obrigatório caso os adversários do grupo trajem com alguma das cores da Briosa, ou seja, o preto ou o branco.
A terminar, José Eduardo Simões garantiu que está inocente no processo de corrupção passiva pelo qual foi condenado.