A Académica vai processar judicialmente Raul Oliveira, que rescindiu recentemente e assinou pelo Lusitânia dos Açores. Em causa estão afirmações do defesa-central TSF, em que acusou o clube de Coimbra de não lhe dar o apoio clínico necessário para debelar uma lesão que o manteve afastado dos relvados entre Maio de 2003 e Dezembro de 2004, antes de ser dispensado, dando a entender que a sua baixa foi prolongada propositadamente.
«A baixa que o atleta teve não foi em proveito da Académica, mas sim devido à complexidade da recuperação do atleta que não aconteceu na totalidade, já que a 6 de Dezembro de 2004 o fisiatra do clube, Pedro Saraiva, orientou o atleta no sentido do fortalecimento muscular da área intervencionada», esclareceu José Barros, médico da Académica, em conferência de imprensa. «Somos honestos e trabalhamos em regime de voluntariado, mas quando há questões deontológicas em causa, lutamos por elas até ao fim. Não queremos ser violentados, mas quem não se sente não é filho de boa gente», vincou.
Depois de ter rescindido amigavelmente com a Briosa, Raul Oliveira afirmou que estava triste, pois «contava ficar no clube», já que tinha renovado até Junho de 2005. O atleta alegou que, durante o período em que teve a grave lesão nos ligamentos do joelho esquerdo, não teve «apoio de ninguém na Académica» e teve de recorrer aos serviços do médico António Martins, em Lisboa, que o operou pela segunda vez e o reabilitou para a prática do futebol.
Raul Oliveira acusou ainda o departamento médico de Coimbra de nunca mais lhe mexer no joelho, mantendo-o sempre de baixa, e acrescentou que o clube informou-o apenas em Dezembro de 2004 de que não contava mais com os seus serviços. Disse, ainda que, até essa altura, a seguradora pagou 80 por cento do seu ordenado, mas garante ter em sua posse «relatórios médicos que põem em causa o trabalho realizado pelo departamento médico da Briosa», dando como exemplo casos de outros atletas, como Delmer, «que teve de ir ao Brasil para ser operado, Lucas, que esteve bastante tempo à espera para ser operado» e outros.
No entender da Académica, estas acusações vão ter que ser provadas em tribunal. O departamento médico diz-se tranquilo, pois considera ter feito o melhor em prol do atleta e exibiu provas de que a sua recuperação, embora longa, foi complexa e a acusação de negligência é completamente infundada.