Pedro Emanuel tinha avisado, mais uma vez, que a equipa não deveria pensar na Liga Europa - neste caso na receção ao Atlético de Madrid -, quando pela frente tinha um jogo tão importante do «seu» campeonato. Ainda por cima, com uma deslocação ao Dragão logo a seguir à partida com os espanhóis.

O aviso foi dado, mas a mente, não raras vezes, sobrepõe-se ao corpo. Talvez seja por isso que a campeã dos empates (soma cinco) tenha deixado correr o jogo, quiçá pensando nesse resultado como um mal menor, até se deixar surpreender pelo adversário na reta final.

Os «canarinhos» ainda não tinham vencido fora, mas a Briosa voltou a revelar-se de uma fragilidade estonteante em casa: já não ganha em Coimbra para o campeonato há seis meses. De resto, foi a segunda derrota intramuros consecutiva, depois do desaire com o V. Guimarães, há 15 dias.

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A Académica sentiu dificuldades para pegar no jogo, parecendo pouco confortável com o estilo «canarinho», feito de transições rapidíssimas e sempre com a baliza de Ricardo debaixo de mira.

Sem se fazer rogados, os comandos de Marco Silva surgiram em Coimbra desinibidos e nada preocupados com a estatística que indicava que ainda não haviam vencido fora. Carlitos ia ameaçando, a defesa da Briosa mostrava-se atenta, mas a resposta era pouco incisiva.

Tirando uns rasgos de Cleyton e o incontornável Marinho, pouco se viu do ataque da casa durante a primeira parte. Faltava velocidade, agressividade, e outras tantas palavras acabadas em «dade» para quebrar o gelo em que se estava a tornar o jogo.

Como se não bastasse, as lesões parecem não querer largar o plantel de Pedro Emanuel, que só pôde apresentar 17 jogadores na ficha de jogo, uma vez que Júnior Lopes teve um problema de última hora, obrigando o lateral João Dias a atuar no centro da defesa.

Mesmo sobre o fecho dos 45 minutos, Rodrigo Galo também se magoou e a defesa teve de ser novamente remendada, com Dias a voltar à posição original e Keita a recuar para fazer dupla com Flávio Ferreira.

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Se a etapa inicial já havia sido pouco dinâmica, a segunda metade não começou melhor, com a luta a sobrepor-se às ideias. Apercebendo-se disso, Pedro Emanuel foi ao banco buscar Wilson Eduardo e Edinho, na tentativa de dar algum nervo ao jogo da equipa. Debalde.

O quarto-de-hora académico só serviu para os da casa se atrasarem ainda mais numa partida em que se estava a ver desde o início que algo ia correr mal. Num canto, Bruno Nascimento saltou mais alto e aplicou o castigo máximo nos estudantes.

As coisas não ficariam por aqui, uma vez que Bruno China e Edinho seriam expulsos, pelo que não irão jogar no Dragão. O pior é que, com a onda de lesões, juntando-lhe mais estas duas ausências, a Briosa arrisca-se a não ter sequer 18 jogadores para levar ao Porto... já agora, Licá, um ex-Académica, fez o 0-2.