São praticamente sete meses sem um triunfo em casa para o Campeonato. Mas os números são ainda mais preocupantes vistos desta forma: em 14 meses, a Académica só obteve duas vitórias em Coimbra para esta prova. Dá que pensar...

Este domingo, foi mais do mesmo. A Briosa domina, falha oportunidades em barda, mas não consegue agarrar os três pontos de vez. O Gil, por seu turno, depois de três derrotas consecutivas, veio buscar um ponto à casa de um rival direto. Não é mau.

Os estudantes começaram o jogo pressionados pela vitória do Nacional sobre o Estoril, que levou os madeirenses a ultrapassá-los, deixando-os no 14º lugar, só com Beira Mar e Moreirense (este ainda com um jogo ante o Sporting por disputar) abaixo na tabela.

Por isso também, os comandados de Pedro Emanuel lançaram-se ao adversário com muita vontade, mas pouco discernimento na zona de decisão. Wilson Eduardo, Cissé, Cleyton e Marinho tiveram boas oportunidades nos pés, mas revelaram-se perdulários.

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O jogo estudantil fluía bem, até porque as marcações minhotas estavam longe de representar um espartilho, mas, no último terço do terreno, as boas ideias dos donos da casa perdiam-se numa manifesta falta de agressividade.

Adriano também cumpria o seu papel entre os postes e o desejo de marcar cedo dos estudantes esfumou-se levando o Gil Vicente a acreditar cada vez mais na possibilidade de trazer qualquer coisa de Coimbra.

Até então adormecidos, os «galos» foram levantando a crista e quase gelavam o estádio sobre o intervalo quando Pedro Pereira correu vários metros isolado, mas, só com Ricardo pela frente, não foi capaz de vencer a rápida intervenção do guarda-redes da Briosa.

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O enguiço dos pretos haveria de ser quebrado logo no dealbar da segunda parte, num canto em que a força do jogo aéreo conimbricense veio ao de cima. Flávio dava alguma justiça ao marcador, mas, pouco depois, Marinho não conseguiu aproveitar o balanço para «matar» o encontro.

A verdade é que o Gil, pese um livre de Pio que levou Ricardo a brilhar entre os postes, pouco fez para travar a fúria dos estudantes. Não fosse, novamente, a precipitação dos homens da casa na hora da finalização e tudo poderia ter sido diferente.

O reverso da medalha num filme já visto

O filme é passado vezes sem conta em Coimbra ultimamente. A Briosa falha, falha, falha, e o adversário aproveita. Novamente numa bola parada, o mesmo protagonista que fizera de Ricardo um herói, consegue, agora, enganar o guardião graças a um desvio num livre sensivelmente no mesmo sítio.

As coisas ainda haveriam de piorar, com Cláudio a fazer das suas, para não variar, num canto. Num ápice, a Briosa passava de vencedora e dominadora para passar a conhecer o reverso da medalha.

Salvou-se porque Edinho saltou do banco com tudo aquilo que faltou a Cissé. Um mal menor, com amargo de boca à mistura...