A pré-época da Académica trouxe uma novidade absoluta: a passagem de Pedro Roma a mister das balizas. O veterano guarda-redes, que será inscrito como jogador, passou a acumular as funções de treinador especificamente para o posto que tão bem conhece, numa passagem natural para uma posição que os colegas, Ricardo e Rui Nereu, acolheram com bastante agrado e entusiasmo.
«É a primeira vez que me acontece. Está a ser positivo. Estou a gostar dos seus métodos de trabalho», confessa o antigo guardião do Benfica, que vai para a terceira época na Briosa sem conseguir agarrar a titularidade mas não se acanha: «O objectivo é sempre esse. Não tem sido possível mas não há que baixar a cabeça. É preciso continuar a trabalhar e ser forte psicologicamente, como penso ser o meu caso. Para já, partimos todos do zero.»
A bitola, reconhece Nereu, está elevada devido ao sétimo lugar da época transacta, um objectivo, admite, difícil de repetir: «Não é fácil fazer o que fizemos no ano passado. Com trabalho e dedicação, pode ser que cheguemos lá.»
Sem pressa para mais reforços
A gozar dos benefícios de uma situação ímpar nos últimos anos, isto é, o facto de ter mantido a grande parte do plantel da época passada e necessitar, por isso, apenas de alguns retoques, a Académica terá concluído, grosso modo, uma primeira fase de recrutamento com as contratações de Bru, Bruno Amaro e Emídio Rafael, além dos regressos de empréstimo de Ricardo, Paulo Sérgio e Vouho.
Com o início dos treinos e os primeiros jogos particulares, os responsáveis estudantis deverão fazer um compasso de espera para percepcionar, de forma mais fundamentada, eventuais carências do plantel. Salvo lacuna de última hora, a preocupação dos dirigentes continuará a ir para um médio defensivo e um ponta-de-lança.
No caso do primeiro, aquilo que Paulo Sérgio poderá mostrar a Rogério Gonçalves será determinante para a investida (ou não) no mercado. Segundo apurou Maisfutebol, o médio brasileiro estará agora mais próximo de ficar no plantel, pelas características distintas do outro trinco, Jonathan Bru, que lhe permitem assumir-se como uma alternativa para determinados jogos e terrenos que peçam mais robustez ao sector intermediário.
De qualquer maneira, o clube estará sempre aberto a uma proposta para a cedência dos direitos desportivos do jogador e, a concretizar-se a operação, então si, será contratado mais um elemento para aquela posição que, convém não esquecer, pode ainda ser desempenhada pelo próprio Bruno Amaro.
Saleiro deixou saudades
Quanto ao avançado, tudo indica que, tal como aconteceu na época transacta com Garcés, o assunto ainda demore a ser resolvido até por se tratar de um lugar para o qual é preciso não falhar tendo em conta os custos normalmente associados aos jogadores talhados para os golos.
Solução do agrado dos responsáveis da Briosa seria, sem dúvida, um novo empréstimo de Carlos Saleiro, que deixou saudades em Coimbra e encaixaria na perfeição no esquema idealizado por Rogério Gonçalves. Se houver alguma hipótese de o jovem atleta acabar por ser dispensado por Paulo Bento, a Académica deverá posicionar-se na linha da frente para o receber, até porque o próprio já referiu várias vezes que não se importaria de voltar.
A alternativa, como parece óbvio, será o mercado estrangeiro, nomeadamente o Brasil, donde têm sido oferecidas várias possibilidades aos estudantes, que, como foi explicado, não têm para já qualquer pressa. Em suma, provavelmente só já em Agosto é que se poderão ver mais caras novas no plantel.