O P. Ferreira reagiu da melhor forma às inúmeras ausências - Henrique Calisto não pôde contar com Tony, Ricardo, Cohene, Michel e Manuel José, e só conseguiu reunir 16 jogadores para o jogo - e fez um jogo personalizado em Coimbra. Teve a sorte do seu lado, ao marcar na primeira vez que foi à baliza, quando a Académica dominava, mas juntou-lhe a competência, o rigor, e a capacidade de sofrimento quando foi preciso.

No final, os castores somaram a segunda vitória consecutiva depois de, há duas jornadas, terem vencido em Barcelos, ultrapassando assim na classificação justamente a Briosa, para se alcandorarem ao nono lugar, colados ao Rio Ave. Para quem andou a fugir à despromoção na primeira volta, não está nada mau, não senhor.

Recorde o AO MINUTO do jogo

Quanto à Académica, continua a protagonizar uma época estranha. Tanto faz figura frente aos grandes e chega à final da Taça de Portugal, como se desmotiva logo a seguir, perante os da sua igualha. A equipa desconcentra-se com facilidade, comete erros imperdoáveis, e ainda tem um central (Abdoulaye) que parece fazer coleção de cartões vermelhos. Resultado: 11 jogos sem vitórias e quase seis meses sem um triunfo em casa!

Entrar a ganhar, que melhor tónico?

Os jogos começam todos com 0-0, mas estar a ganhar passados três ou quatro minutos é uma tremenda vantagem. Aconteceu com o Paços. No primeiro ataque, já depois de um par de investidas dos estudantes rumo à baliza de Cássio, Arturo Alvarez aproveitou um belo passe de Michel Lugo, isolou-se, e desviou a bola à saída de Peiser. Ferreira não fez mais do que confirmar o golo.

De repente, mudava tudo. Totalmente contra a corrente, os castores colocavam-se à frente do marcador e se alguma intranquilidade os tivesse acometido pelas várias baixas, o golo foi o melhor calmante, o melhor tónico, para os minutos seguintes. A Académica acusou o toque e procurou chegar à igualdade com tanta ansiedade que caiu facilmente no erro do jogo direto, beneficiando claramente quem defendia.

Pelo meio, um parêntesis para a saída de... Pedro Proença. O árbitro lisboeta, de regresso aos jogos da Liga depois do polémico Benfica-F.C. Porto, sentiu-se indisposto e teve de trocar de lugar com o quarto árbitro. Afinal, não são apenas os jogadores que precisam de ser substituídos ao longo de uma partida.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

De regresso ao jogo jogado, destaque para uma oportunidade do tamanho do mundo para Melgarejo fazer o segundo. O paraguaio, discreto até então, fugiu a Abdoulaye e quase conseguia o chapéu a Peiser, mas o remate saiu com pouca altura e o francês, já sentado no chão, conseguiu agarrar a bola.

A Briosa não podia continuar a marcar passo em casa desta maneira e, depois do intervalo, mudou de atitude. Também meteu mais velocidade no jogo e passou a ser mais objetiva no último terço do terreno. O Paços teve de se encolher e passou, essencialmente, a preocupar-se com a necessidade de tapar os caminhos para a baliza de Cássio.

Pedro Emanuel alargou o ataque, Edinho cresceu a olhos vistos, e foram vários os estudantes que procuraram visar as redes à guarda do brasileiro, que respondeu sempre à altura. Com a expulsão de Abdoulaye, a quarta esta época, para «melhorar» o recorde, embora manifestamente exagerada, tudo se complicou e as hipóteses de lutar pelo empate também se desvaneceram.

Os estudantes são a única equipa que ainda não venceu em 2012 e, pelo andar da carruagem, não parecem predispostos a consegui-lo tão cedo. A menos que o próximo jogo, com o Sp. Braga, lá está, volte a colocar a motivação dos jogadores nos píncaros.