A multidão ia crescendo à medida que os ponteiros do relógio avançam noite dentro e foram já vários milhares os adeptos que receberam em delírio o autocarro panorâmico com o plantel da Académica. Havia bombos, gaitas de foles, cornetas e apitos de toda a espécie. Por fim, perto da uma da manhã, a comitiva chegou à câmara municipal para mais um brinde de champanhe.

Nas varandas do edifício, os jogadores deram largas à imaginação nos festejos ao som de uma turba em êxtase que gritava o já famoso «nós somos campeões» ou «salta Briosa, olé, olé». Marinho, autor do golo da vitória, foi, naturalmente, o jogador mais saudado, com direito a cânticos personalizados e tudo...

Não foi declarado feriado em Coimbra, como chegou a ser aventado pelo próprio Pedro Emanuel logo após eliminar o F.C. Porto, mas Barbosa de Melo, o autarca, ainda admitiu uma «pequena ponte» para os retardatários no regresso ao trabalho esta segunda-feira¿

O autocarro partiu depois para mais um périplo pela cidade do Mondego, sempre com muita gente à sua volta, com destaque para a receção na emblemática Praça da República. As capas negras e os «eferreás» invadiram as ruas como se costuma ver e ouvir nas festas dos estudantes da latada à queima das fitas.

Há dez anos que a Académica não era tão aclamada em Coimbra, nessa altura por via do regresso à Liga principal, mas, agora, a ocasião foi assinalada em moldes ainda mais grandiosos ou não estivesse em causa um troféu que a Briosa não conquistava há 73 anos.