Em domingo de Carnaval, a Académica parece ter ficado a ver passar o cortejo dos Arcos. Só assim se explica o desacerto da defesa da casa, em especial, por ironia, de dois brasileiros que acabaram por ficar ligados aos golos de Hassan e Bebé. Há dias assim.

No duelo entre os fortes da casa, os estudantes, que vinham de três vitórias seguidas em Coimbra, e os especialistas em jogos fora venceram os segundos, que assim «apertam» o Sp. Braga, agora apenas a dois pontos de distância no quarto lugar.

Nem de propósito, os minhotos visitam Vila do Conde na próxima jornada, mas os da casa não terão Lionn nem Marcelo, que acumularam amarelos nesta partida. A coisa promete...

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Percebeu-se muito cedo que este poderia ser um jogo de paciência para a Briosa. Com o Rio Ave bem organizado e fechado lá atrás, a equipa de Pedro Emanuel assumiu o jogo e foi empurrando o adversário para trás.

Sem criar grande perigo, é certo, que os vila-condenses mostravam grande disciplina tática e melhor adaptação das suas «torres» ao relvado e às condições atmosféricas em geral. A dupla Marcelo/Nivaldo, então, revelava grande qualidade e concentração a toda a prova.

Mesmo assim, os estudantes lá foram tentando, tentando, com aquela perseverança que se diz ser muito própria dos chineses, mas menos vista nos brasileiros. Talvez por isso Ferreira, sem aviso prévio, tenha acusado o enfado e, num mau atraso, serviu Hassan de bandeja.

Um rude golpe no ânimo coimbrão quando o rival estava perfeitamente manietado. Mas é como o velho ditado: a Académica teve o Rio Ave na mão, faltou-lhe foi fechá-la e, ao invés, num ápice, viu-se ela própria aprisionada.

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Com o golo, os comandados de Nuno E. Santo soltaram-se finalmente do espartilho tático e passaram a ser bem mais acutilantes nas suas ações. Por obra também da necessidade da Académica de fazer qualquer coisa para fintar a adversidade.

Com problemas no ataque (Edinho castigado, Saleiro lesionado e Wilson Eduardo sem ritmo), Pedro Emanuel teve de lançar o jovem e afoito Amessan para agitar o lado esquerdo do ataque. Um miúdo num jogo para homens de barba rija. Foi curto, claro.

Estudantes acordam, mas voltam a comprometer

A atrapalhação da defesa da casa, órfão de Flávio Ferreira, por lesão, não augurou nada de bom logo no dealbar da segunda parte, mas os vila-condenses acabaram por provar do mesmo veneno: não conseguiram «matar» o jogo e viram Cissé chegar ao empate.

Tiveram direito a uma segunda oportunidade, novamente muito consentida pela Briosa, que perde uma bola em zona crítica por Marcos Paulo e permite que ela chegue a uma espécie de TGV: Bebé. Só com João Dias pela frente, fez o que quis do defesa e marcou à saída de Ricardo.

Os estudantes «destaparam-se» definitivamente e viram o adversário desperdiçar vários lances para ampliar a vantagem. Valeu também Ricardo entre os postes, a salvar aquilo que os colegas não conseguiam.

Halliche ainda entrou para jogar a ponta-de-lança, dada a falta de soluções, mas o melhor (pior?) que conseguiu foi ser expulso pouco depois por reclamar uma pretensa grande penalidade.