O presidente da Académica-Organismo Autónomo de Futebol (OAF) considerou que, desportivamente, a descida à terceira divisão, pela primeira vez em 134 anos de história, é a página «mais negra» do futebol do clube.

«Obviamente, que este é um momento desportivamente muito negro», disse Pedro Roxo, em conferência de imprensa, no final do jogo da Briosa com o Penafiel, realizado esta manhã, que terminou empatado sem golos e que sentenciou a descida de divisão dos estudantes.

O dirigente assumiu que a «época desportiva falhou» e que assume todas as responsabilidades, salientando que a Académica «não pode terminar por aqui», já que tem uma «histórica rica, que nos fará reerguer».

Na conferência de imprensa que se seguiu ao final do jogo, Pedro Roxo anunciou um parceiro (Athlon) para a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), referindo que se candidatou com o projeto de alterar a atual estrutura do clube.

«A Académica tinha e tem dificuldades que não lhe permitem ombrear com as outras equipas dos campeonatos profissionais», disse o líder academista, recordando que o parceiro escolhido aceita as condições e regras impostas pela direção-geral da Associação Académica de Coimbra, que é a casa mãe do OAF.

O presidente da direção da Briosa assumiu também a responsabilidade de «tornar a Académica mais forte, competitiva e com futuro», embora não tenha assumido que é recandidato ao cargo nas eleições agendadas para 15 de maio.

Salientando que o projeto de constituição da SAD não é «desta direção, mas da Académica», Pedro Roxo referiu que este passo é a solução que vai permitir ao clube «ter viabilidade e um futuro».

O dirigente lamentou que só agora tenha sido possível apresentar o parceiro e disse que assim que a comissão criada no seio do Conselho Académica para estudar a proposta se pronuncie, os sócios estarão em condições de votar o projeto da SAD.

«A Académica vai voltar mais forte, mas precisa de se unir para recuperar rapidamente», sublinhou.

 A Académica despediu-se este sábado da II Liga ao empatar a zero em casa com o Penafiel, em jogo da 30.ª jornada, descendo pela primeira vez em 134 anos de história à terceira divisão.

Em Coimbra, o empate consumou a oitava descida da história da Académica, a primeira ao terceiro escalão, uma vez que, com quatro rondas por disputar, os estudantes matematicamente já não podem deixar os lugares de despromoção: somam 16 pontos, menos 11 do que o Académico de Viseu, também em zona de despromoção direta, e 12 do que o Trofense, que ocupa o lugar reservado ao play-off de manutenção, com estas duas equipas a defrontarem-se ainda hoje.

A Académica, um dos históricos clubes nacionais, jogará assim na Liga 3 em 2022/23, depois de 88 épocas consecutivas, desde 1934/35, entre a primeira e a segunda divisões do futebol luso, num trajeto que até hoje contava com sete descidas e 24 presenças na divisão secundária.