Os dois adeptos do Benfica negaram, esta terça-feira, estar envolvidos nos alegados desacatos na madrugada de 12 de janeiro deste ano e recusaram supostas agressões ou incentivo à violência, no julgamento que decorreu nos Açores.

Segundo o Ministério Público vários membros da claque «No Name Boys» saíram da discoteca «sem proceder ao pagamento do que haviam consumido» e «forçando a passagem pelos seguranças que se encontravam na porta da rua do estabelecimento em causa.»

No início do julgamento desta terça-feira, um dos arguidos negou ser membro ativo da claque e confirmou a ida à discoteca por duas vezes, mas que não chegou a entrar em nenhuma delas: a primeira vez «ficou à porta» porque não o deixaram entrar e a segunda vez, por volta «das seis da manhã, só lá foi para saber de um amigo.»

«Só queria saber se o meu amigo estaria envolvido na discussão. Eu estava com uma garrafa na mão, fui agressivo na resposta, mas não agredi», salientou ao coletivo de juízes, rejeitando qualquer confronto com a polícia e disse ainda que não agrediu o gerente da discoteca.

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O outro arguido, que acabou por ficar com «uma bala de borracha alojada na perna esquerda» recusou ter deixado o estabelecimento sem pagar.

«Em momento algum agredi, nem incitei à violência», sustentou o homem que negou pertencer à claque, justificando que foi «apanhado pela confusão quando se dirigia para ir para o carro e ouviu «um disparo para o ar da polícia para as pessoas dispersarem.»

Por sua vez, o gerente da discoteca confirmou ter sido agredido por um dos arguidos com uma garrafa: «O meu irmão ligou-me a dizer que estava um grupo que ia sair sem pagar. E quando me desloquei lá os dois arguidos estavam a porta. Vejo uns com uns cintos, outros com pedras e uns até com limpa pingas na mão» acrescentando que acabou por «ter que chamar a polícia.»

Recorde-se que, os arguidos estão acusados pelo Ministério Público de em coautoria material terem cometido crimes de «ofensa à integridade física qualificada e de resistência e coação sobre funcionário», na noite de 11 para 12 de janeiro, altura em que estavam em São Miguel para assistir ao jogo de futebol entre o Santa Clara e o Benfica.

A acusação descreve que o gerente da discoteca «saiu do estabelecimento para ver o que se passava» e um dos elementos do grupo, «com recurso a uma garrafa em vidro, desferiu uma forte pancada na cara do ofendido» provocando «lesões» que obrigaram a tratamento hospitalar.