Eusébio
5 de janeiro de 2014. Era domingo e, bem cedo, o país acordou com uma notícia que viria a marcar o início do ano futebolístico, contagiando-se a toda a sociedade: Eusébio da Silva Ferreira, o maior futebolista português de sempre (pelo menos até Cristiano Ronaldo), figura eternamente ligada ao Benfica e à Seleção Nacional, mas com dimensão transversal, respeitado e acarinhado por adeptos, jogadores e até dirigentes de todos os clubes. Uma multidão juntou-se na Luz, mesmo não sendo dia de jogo. As manifestações de pesar foram impressionantes e prolongaram-se por vários dias. No culminar do luto, sobreveio uma ideia: a de colocar, quando for legalmente possível, Eusébio no Panteão Nacional. No Olimpo do futebol, pelo menos, já está. 



Coluna
Um mês e meio depois da morte de Eusébio, desaparecia, aos 78 anos, Mário Coluna. Depois de perder o «Pantera Negra», o futebol português perdia o «Monstro Sagrado». Duas vezes campeão europeu pelo Benfica, capitão da Seleção Nacional no Mundial-1966, foi, para muitos, o segundo melhor jogador da geração de ouro que levou o Benfica ao topo da Europa no anos 60, a seguir a Eusébio. No final da vida, ainda assumiu funções como presidente da Federação Moçambicana de Futebol. A 25 de fevereiro de 2014, Coluna morria na sequência de complicações decorrentes de uma infeção pulmonar.


Di Stéfano
Para muitos, um dos quatro melhores jogadores de todos os tempos, a par de Pelé, Maradona e Eusébio. «Don Alfredo», glória eterna das seleções de Espanha, Argentina e Colômbia, ícone maior do Real Madrid, cinco vezes campeão europeu pelo clube do Bernabéu, morreu a 7 de julho passado, na capital espanhola, aos 88 anos. Nos últimos 14 anos de vida foi presidente honorário dos «merengues», tendo surgido nos maiores momentos do Real nos últimos anos, como por exemplo na apresentação oficial de Cristiano Ronaldo, quando o Madrid o contratou ao Manchester United.



Luis Aragonés
A 1 de fevereiro, morreu, aos 75 anos, Luis Aragonés, antigo selecionador de Espanha. O «Sábio de Hortaleza» foi figura mítica do Atlético de Madrid, clube pelo qual conquistou um campeonato de Espanha, três Taças do Rei, uma Supertaça e uma Taça Intercontinental. Campeão europeu como selecionador de Espanha, em 2008, foi também enorme como jogador: vestiu a camisola da seleção espanhola em 13 jogos internacionais e ainda hoje é considerado um dos melhores médios que já atuaram pelo At. Madrid.



Tito Vilanova
Aos 45 anos, depois de luta de dois anos contra um cancro na glândula parótida, morria o antigo treinador do Barcelona. Francesc Vilanova nasceu a 17 de setembro de 1968 na cidade de Girona, Catalunha. Iniciou o percurso como futebolista no Barcelona, mas nunca se chegou a impor no Camp Nou. Durante a carreira representou Figueres, Celta de Vigo, Badajoz, Maiorca, Lérida, Elche e Gramanet. Em 2007 assumiu o cargo de treinador adjunto na equipa B do Barcelona e foi durante várias épocas adjunto de Pep Guardiola. Entre 2008 e 2012 ganhou tudo o que era possível ganhar com o atual treinador do Bayern Munique. Quando Pep saiu do cargo, o Barça apostou em Tito para treinador principal. Mas precisamente por essa altura, a doença começava a manifestar-se. Meio ano depois, Tito teve que suspender funções para ser operado nos EUA. Viria a retomar, ainda a tempo de ser campeão espanhol, em mas em julho de 2013 teve mesmo que abandonar em definitivo.




Hernâni Gonçalves
2014 foi também o ano do adeus do «bitaites». No mesmo dia em que morreu Tito Vilanova, 25 de abril, desaparecia Hernâni Gonçalves. Nascido a 8 de setembro de 1940 na Sé, em Bragança, tinha 73 anos. Para além de homem do futebol, foi também professor e vereador da Câmara Municipal do Porto, durante o mandato de Fernando Gomes. Mas foi como preparador físico do FC Porto, do Boavista e da Seleção Nacional que viria a ficar para sempre ligado à história do futebol português. De humor refinado, inteligente e divertido, gerava simpatias em todos os quadrantes. 

Bellini
O capitão da seleção brasileira campeã do mundo em 1958 e, depois em 1962, morreu em março, aos 83 anos. 
O antigo central sofria de Alzheimer e foi várias vezes internado desde 2011, altura em que lhe foi diagnosticada a doença. Hideraldo Luís Bellini entrou para a história do futebol mundial também por ter sido o primeiro a ter o gesto de erguer uma taça e partilhá-la com o público.



Fernando Cabrita
Antigo selecionador de Portugal, morreu a 22 de setembro passado, aos 91 anos. Algarvio de Lagoa, ficou imortalizado com a frase  «Vamos a eles que nem tarzões» , que terá dito aos jogadores, no Euro-1984, em França (liderava equipa técnica que compunha também Toni, António Morais e José Augusto).

Manuel Barbosa
A 20 de março, desaparecia, após doença prolongada, Manuel Barbosa, empresário de futebol, agente que teve a sua época áurea no final dos anos 80, inícios de 90, quando levou para o Benfica jogadores com a qualidade de Valdo, Mozer ou Ricardo Gomes, entre outros. Rui Costa foi para a Fiorentina pela sua mão também, tal como Carlos Secretário para o Real Madrid. 



António Garrido
A 10 de setembro morria António Garrido, aos 81 anos, vítima de doença prolongada, um dos melhores árbitros da história do futebol português. Apitou em dois Mundiais (Argentina-78 e Espanha-82) e a final do Europeu de 1980, que se realizou em Itália.
 
Grondona, Maicon (do Shakhtar), Grosics, Finney, Cherenkov...
2014 foi ainda o ano da morte, aos 82 anos, do histórico presidente federação argentina, Julio Grondona (estava no cargo desde 1979); Grosics, guarda-redes da mítica seleção da Hungria no Mundial-1954; Tom Finney, o «cavalheiro de Preston»,  antigo extremo do Preston North End e da seleção de Inglaterra, nos anos 40 e 50 (mundiais de 50, 54 e 58), que marcou um golo a Portugal na goleada 10-0; Maicon, avançado brasileiro do Shakhtar, morreu aos 25 anos num acidente de automóvel, a 8 de fevereiro; Fyodor Cherenkov, médio do Spartak Moscovo e da seleção da URSS nos Jogos Olímpicos de 1980, morreu com um tumor cerebral, em outubro.