A carreira de Freddy Adu parece um beco sem saída. Apontado uma vez como o novo Pelé, o norte-americano nunca confirmou as expectativas levantadas. Em entrevista à BBC, o jogador falou do seu trajeto e mostrou-se arrependido de ter assinado pelo Benfica em 2007.

«É preciso ter talento e vontade, mas também um pouco de sorte. Quando decides ir jogar para o futebol europeu precisas fazer a decisão certa. Ter a certeza que é a equipa certa, o treinador certo. Ir para o Benfica não foi uma boa decisão para mim. Para um jogador de 18 anos havia muita pressão para ganhar logo e tive três treinadores num ano», disse Adu.

O avançado esteve depois emprestado a Mónaco, Belenenses, Aris e Çaykur Rizespor. Em nenhum desses emblemas conseguiu brilhar, e por isso decidiu voltar aos Estados Unidos. Assinou pelo Philadelphia Union, mas também aqui não tem sido feliz, e até pode estar de saída, rotulado como desestabilizador do balneário. Adu diz que se sente bem e quer provar que tem valor: «Não quero que as pessoas se lembrem de mim como o talento de 14 anos. Quero que as pessoas se lembrem de mim como um grande jogador, e como alguém que deu tudo.»

O norte-americano reconhece, no entanto, que a fama precoce atrapalhou o desenvolvimento. «A minha família era mesmo pobre. A minha mãe tinha dois ou três empregos para tomar conta de mim e do meu irmão. Se a Nike chega ao pé e te oferece um contrato de um milhão de euros, ou se a MLS diz que quer fazer de ti o jogador mais bem pago de sempre, aos 14 anos, tu não podes dizer que não. Não podes, simplesmente. Dizia que sim a tudo o que me era pedido, e acabava por fazer muitas presenças, muita promoção, muitas entrevistas, que me afastaram do futebol dentro do campo. As pessoas começaram a ver-me mais como uma estratégia de marketing», recordou.