A Associação de Futebol de Braga não está preocupada com o fim do policiamento obrigatório em jogos dos juvenis e escalões inferiores, que se tornará efetivo a partir de sexta-feira com a entrada em vigor de nova legislação.

«Há 11 anos que não temos policiamentos nos jogos de benjamins, infantis e iniciados e não temos tido problemas. Na nossa opinião, [o policiamento] não trazia nenhuma mais-valia e tanto assim que ao longo de 11 anos nada aconteceu de grave», afirma o presidente da associação, Manuel Machado, à Lusa.

Em Braga, o decreto-lei 216/2012 implica apenas que a associação vai prescindir do policiamento nos 48 jogos semanais de juvenis, uma vez que já o faz nos cerca de 180 dos outros escalões inferiores.

O dirigente explica que a decisão de abolir o policiamento nos escalões mais baixos pretendeu responsabilizar os clubes, mas também se deveu às dificuldades da GNR em disponibilizar agentes para os vários jogos. «Com o alargamento aos juvenis continuo a contar com o bom comportamento dos nossos agentes, no sentido de olhar para um jogo de futebol apenas como um jogo de futebol», diz.

A nova legislação tem causado contestação e a AF Lisboa decidiu mesmo suspender os vários campeonatos jovens, como forma de protesto. Manuel Machado defende que a lei «ressalva situações de risco», mas concorda que devia ser dado mais tempo para a discussão.

«Entendo que devia de haver alargamento da entrada em vigor do decreto-lei para uma melhor informação, estabelecer critérios e formas de procedimento. Se houvesse mais tempo seria melhor», diz.