O árbitro Pedro Proença afirmou nesta segunda-feira, em tribunal, que a agressão que sofreu em 2011, no centro comercial Colombo, em Lisboa, foi um ato «bárbaro», cometido por um adepto do Benfica, conforme se assumiu o arguido em tribunal, em agosto de 2011.

Em tribunal, na primeira sessão do julgamento, Proença declarou-se «extremamente ofendido com a agressão bárbara» e que não ofendeu verbalmente o arguido, de acordo com a Lusa.

O homem, de 35 anos, e ex-militar, assumiu a agressão, mas tem uma narrativa diferente dos factos: «O senhor Pedro Proença dirigiu-se a mim depois de eu dizer: “olha o meu amigo Pedro Proença que diz que é do Benfica, mas que rouba o Benfica e o Sporting e não rouba o FC Porto.” Ele encostou-se a mim e, depois de me ter chamado duas vezes o mesmo nome, e não admito que ofendam os meus pais, deixei cair a cabeça e dei-lhe uma cabeçada.»

Proença conta: «Dirigia-me para a zona da restauração quando vejo alguém alterado, que, num primeiro momento não me apercebi que fosse comigo, pois eu estava ao telemóvel. Esse senhor aborda-me e chama-me de ladrão, gatuno e que roubava o Benfica e o Sporting e não o FC Porto. Disse-lhe para seguir a vida dele e que me deixasse em paz. Nessa altura desferiu-me uma cabeçada na cara e fiquei logo a sangrar dos dentes e lábios.»

O árbitro português disse que os danos morais foram superios aos físicos e que ainda tem de recorrer a tratamentos dentários e rejeitou qualquer pedido de desculpa ao arguido, que afirmou que só pedia perdão se o árbitro fizesse o mesmo.

No fim da audiência, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, José Gomes, sublinhou que «não há possibilidade de acordo» porque «estes atos têm de ser condenados para que estas práticas não voltem a acontecer».