Um grupo de advogados dos arguidos da invasão à Academia de Alcochete requereu esta terça-feira a impugnação do auto de notícia da GNR aquando do ataque, alegando uma discrepância nas datas de elaboração e de assinatura do mesmo.

No segundo dia de julgamento, Márcio Alves, o comandante do posto territorial de Alcochete que assinou o referido auto, admitiu que nem dormiu nesse dia por estar a trabalhar e por isso assinou o auto, que tem a data de 15 [de maio], «no dia seguinte, ou no outro a seguir».

Miguel Matias, o primeiro advogado a requerer a impugnação, lembrou que «foi a partir do referido auto, elaborado por um órgão de polícia criminal, que foram detidas pessoas, aplicadas medidas de coação e feitas acusações». Perante as declarações de Márcio Alves, Miguel Matias diz que «a prova não deve ser validada para efeitos de condenação».

De resto, Márcio Alves revelou que foi o primeiro polícia a ser alertado para o ataque à Academia: «Recebi no telefone de serviço uma chamada do diretor de segurança da academia, Ricardo Gonçalves, às 17h06, a dizer que estava lá um grupo de 100 adeptos para falar com os jogadores.»

O comandante de posto revelou ainda que viu na academia várias figuras do clube, como Bruno de Carvalho e Jorge Jesus.

André Medinas, o primeiro militar da GNR a entrar na academia, descreveu como «um misto de sensações negativas», o estado dos jogadores e disse que não viu ninguém ferido.

«Havia um misto de sensações negativas. O Rui Patrício estava a tentar acalmar os ânimos. Uns queriam ir embora, outros queriam ir para o hospital, outros estavam mais calmos. O Mathieu estava bastante sereno.»