«And now for something completely different» era o mote de muitos dos sketches da série Monty Python Flying Circus, nos anos 70. E para algo completamente diferente, em dia de Alemanha-Grécia, que tal recordar isto? Muito antes de andarmos todos a falar do significado político do jogo desta noite em Gdansk, da troika e de Merkel, de lembrarmos os antagonismos históricos dos dois países que vêm pelo menos da II Guerra Mundial, os comediantes britânicos já tinham ido bem mais fundo na história, e muito mais no humor.

O jogo de filósofos entre Alemanha e Grécia, que foi para o ar originalmente na série e depois no filme «Monty Python Live at The Howllywood Bowl», é um clássico. Em todos os sentidos. No Estádio Olímpico de Munique, a Alemanha joga com Leibniz, Kant, Hegel, Schopenhauer, Schellin, Beckenbauer («obviamente uma supresa»), Jaspers, Schlegel, Wittgenstein, Nietsczhe e Heidegger. O treinador é Martinho Lutero.

Política, guerra e desporto: quando o jogo é mais que um jogo

A Grécia tem Platão, Epicteto, Aristóteles, Sófocles, Empédocles, Plotino, Epicuro, Heráclito, Demócrito, Sócrates e Arquimedes. O árbitro é Confúcio, como uma ampulheta como cronómetro, os bandeirinhas Santo Agostinho e Tomás Aquino.

O jogo começa e... os jogadores vagueiam pelo campo, absortos nas suas meditações. Depois são três minutos de «non sense», ao melhor estilo Monty Python. Estão lá todos os comediantes da série original: John Cleese é Arquimedes, Eric Idle é Sócrates, Graham Chapman é Hegel, Michael Palin é Nietzsche (que acusa Confúcio de não ter livre arbítrio e vê cartão), Terry Jones é Marx (aposta de Lutero na segunda parte) e Terry Gilliam é Kant.

A coisa desembrulha-se quando Arquimedes tem uma ideia. «Eureka!» O resto, é melhor mesmo ver.