Em Espanha chamam-lhe «vaselina», por cá dizemos que é um «chapéu». Subjetividades à parte, aquilo que Alexis Sánchez fez no Nou Camp a Diego Lopez foi um grande golo, um daqueles momentos que vai ficar na história dos clássicos entre Barcelona e Real Madrid. E, porque não, na história do futebol mundial.

O «puto maravilho» chileno fez-se homem e sobressaiu na galáxia espalhada em campo. Neymar já tinha brilhado, mas foi aquele golo aos 78 minutos na baliza do Real Madrid que fez toda a diferença. As luzes não incideram sobre Ronaldo, Messi ou Bale, mas no camisola 9, saído do banco de suplentes para espantar o mundo com um remate que só alguns conseguem executar



Alexis conquista, por mérito próprio, um lugar ao lado de Maradona e Romário no Olimpo das «vaselinas» do Barcelona. Diego apontou aquele que será o «chapéu» mais célebre da história do clube, em (82/83), no «Maracanã» do Estrela Vermelha de Belgrado; e Romário assumia-se como um verdadeiro especialista na matéria, pelo que escolhemos apenas o resultado final de uma magistral jogada de Laudrup em 93/94.





Aos 24 anos, Alexis nem sempre tem conseguido garantir os elogios dos adeptos culés, mas os números não enganam. Esta época, o avançado chileno leva cinco golos (Real Madrid, Levante, Sevilha, Valladolid, 2) e três assistências nos 482 minutos em que jogou pelo Barça, sendo só superado pelos oito golos de Messi. Com o Real Madrid não jogou, mas nos dez desafios já disputados da Liga foi cinco vezes titular.

Para além disso, o camisola 9 ainda foi decisivo no apuramento da sua seleção para o Mundial do Brasil, tendo apontado um dos golos decisivo na vitória (2-1) sobre o Equador. Ele será uma das estrelas presentes no campeonato do mundo e o Chile apresenta-se com uma seleção muito interessante, aproveitando a geração que se destacou no Mundial sub-20 de 2007, aquele em que eliminou o Portugal de Rui Patrício e Fábio Coentrão, e só foi parado nas meias-finais pela Argentina de Di Maria e Aguero.

No final do jogo com o Barcelona, Alexis não escondeu o entusiasmo, mas avisou que quer chegar mais longe: «Estou muito contente com vitória, pelos três puntos e também pelo meu golo. Todos os jogadores querem jogar este jogo, por isso vou muito feliz para casa. Quando falho sou muito autocrítico, mas em noites como estas só posso estar contente. Creio que é difícil ganhar o público de Barcelona, mas estou a dar tudo para que os consiga convencer da melhor maneira possível».
Ah, e o golo, claro. O treinador Tata Martino não se cansou de o elogiar: «Tem uma auto-estima muito alta e está preparado para estas situações». Alex não se deixa ficar e recorda: «Não tinha outra hipótese de remate. Vi o guarda-redes adiantado e tinha de tentar. Se saísse… saía. Felizmente, saiu». Pouco depois, colocava na rede social Instagram uma foto do momento eterno.