Aloísio, ex-jogador brasileiro que deixou saudades no F.C. Porto, aguarda a Supertaça Europeia com particular expectativa. O antigo defesa representou o Barcelona antes de rumar à Invicta e conhece as duas personagens que irão protagonizar um duelo particular no Mónaco: André Villas-Boas e Pep Guardiola.

Para além disso, Aloísio esteve nos três últimos confrontos entre Barcelona e F.C. Porto, todos favoráveis à formação catalã. O derradeiro triunfo dos dragões neste histórico (num total de três) remonta a Novembro de 1985. Juary completou um «hat-trick» nas Antas (3-1).

A equipa espanhola venceu quatro dos sete duelos, ganhando superioridade ao longo dos anos. Pep Guardiola, então como médio defensivo, contribuiu para as três derrotas do F.C. Porto onde jogava Aloísio. «Era o Dream Team, uma equipa muito boa, embora a actual seja ainda melhor», lembra imediatamente o brasileiro, em conversa com o Maisfutebol.

«O Barcelona actual é a melhor equipa do Mundo mas o F.C. Porto também tem as suas armas. Acredito que o Porto pode vencer o Barça. Vai ser um jogo interessante», atira Aloísio, desde o Brasil. Actualmente, é director-desportivo do Porto Alegre Futebol Clube.

Villas-Boas recorda a derrota de 1994

A 27 de Abril de 1994, na meia-final da Taça dos Campeões Europeus, o Barcelona venceu o F.C. Porto por 3-0, em Camp Nou. André Villas-Boas tinha 16 anos e conhecera Bobby Robson pouco antes, definindo nessa altura o seu futuro. O jovem começava a aparecer no clube.

«Lembro-me do André muito bem, foi sempre uma pessoa que trabalhou bastante e cresceu como observador. Teve pessoas importantes que lhe permitiram assimilar experiência importantes, como Robson e Mourinho», recorda Aloísio, que jogou no clube portista entre 1990 e 2001.

Antes, o central brasileiro passara duas épocas no Barcelona de Cruijff. «Era a escola holandesa a fundir-se com uma identidade própria do clube. Quem chega ao Barça, mesmo os estrangeiros, assimala rapidamente um ADN próprio. Quanto ao Guardiola, já fazia alguns treinos com a nossa equipa, enquanto lá estive, com Cruijff, mas só apareceu a jogar depois de eu sair».

Confronto com a fonte de inspiração

Para André Villas-Boas, a Supertaça Europeia de 26 de Agosto permitirá o confronto com uma fonte de inspiração. «Guardiola é uma inspiração para mim, todos os dias. Felizmente, tive a oportunidade de finalmente o conhecer em Fevereiro. Inspiro-me não só mas também na sua filosofia, na filosofia do Barcelona, de Cruijff, de Rinus Michels», disse o técnico, após vencer a Liga Europa.

«A partir de agora, terei de inspirar-me em Villas-Boas também», devolveu Guardiola, antes da final da Liga dos Campeões.

Aloísio encontra alguns pontos de comparação entre F.C. Porto e Barcelona: «Não é fácil comparar a identidade das regiões, dos clubes, mas o futebol é bem parecido sim, com diferente qualidade dos jogadores.»

«Pressionar na fase de construção»

O ex-defesa brasileiro nunca foi feliz nos duelos entre F.C. Porto e Barcelona e prevê dificuldades. «O Barcelona tem a sua identidade de jogo mas também a marca de Guardiola. Parece que fazem tudo sem esforço. Comparado com o Dream Team, é uma equipa mais equilibrada e técnica, com uma cultura táctica superior», frisa.

«De qualquer forma, o Porto pode equilibrar. Tem o Falcao, o Hulk e deve procurar pressionar o Xavi e o Iniesta logo na fase da construção, algo a que eles não estão tão habituados. Será muito difícil mas o F.C. Porto também fez uma grande época. O André teve uma estreia de sonho, foi uma aposta bem conseguida e espero que continuem a ser feliz», conclui Aloísio, assumindo-se como eterno portista.