Aloíso foi colega de quarto do baixinho: «Não tem um carácter tão difícil quanto se diz»

Aloísio será, entre as pessoas que mantêm ligações ao futebol português, uma das que melhor conhece Romário. Por isso o actual adjunto de Jorge Costa no Sp. Braga fala do avançado brasileiro com propriedade. «Não considero que ele seja um jogador polémico», diz. «É um jogador com um feitio especial, é preciso é saber tratá-lo, porque sabendo tratá-lo e lidar com ele, Romário é uma garantia de golos segura».
O antigo defesa defrontou quatro vezes o brasileiro pelo F.C. Porto, uma numa eliminatória contra o PSV, outra numa eliminatória com o Barcelona. Em ambas os azuis e brancos acabaram por ser eliminados. «Antes já tinha jogado contra ele, quando éramos miúdos, eu estava no Internacional de Porto Alegre e ele no Vasco da Gama. Desde cedo que o Romário se destacou por ter a característica de marcar muitos golos».
«Quando estabelece um objectivo, persegue-o insistentemente»
Antes disso, porém, Aloísio já tinha tido oportunidade de conhecer Romário como pouca gente. Os dois fizeram parte da selecção brasileira que foi vice-campeã nos Jogos Olímpicos de Seul. Mais do que isso, eram companheiros de quarto. «Durante cerca de um mês partilhámos o quarto. Ele foi o melhor marcador dos Jogos Olímpicos e depois transferiu-se para o PSV Eidhoven», recorda-se. «Aprendi com ele muitas coisas. Tem um carácter particular, uma personalidade muito forte, mas não é tão difícil quanto algumas pessoas dizem. Já teve alguns problemas com alguns treinadores em certos clubes, mas sempre achei que ele era muito profissional, muito sério e por isso ainda consegue manter um alto nível aos 40 anos».
O facto de Romário ter chegado aos mil golos, igualanda a marca história de Pelé, arranca por isso o aplauso de Romário. «É um marco importante no futebol brasileiro», diz. «Acho que o Romário teve a sorte de ter poucas lesões, de ter sempre dado sequência ao seu futebol e de poder por isso marcar muitos golos. É um objectivo que ele tem há muito tempo e que tem procurado insistentemente. Por isso é que nesta altura, com 40 anos, ele continua a jogar futebol: para igualar a marca do Pelé. É um objectivo na vida dele e é um objectivo que vai perseguir insistentemente porque ele é um homem muito obcecado. Quando estabelece um objectivo, ele procura atingi-lo de uma forma muito rigorosa».