O quinto lugar alcançado na temporada 1999/2000 é o maior marco do Gil Vicente no que à classificação no campeonato português diz respeito. Nomes como os do guarda-redes Paulo Lopes, Petit, Auri ou Ricardo Nascimento despontavam para o futebol português pelas mãos de Álvaro Magalhães.

Ao Maisfutebol o técnico diz não estar surpreendido com a prestação da equipa de Barcelos: «É normal, sabe que as pessoas quando trabalham com seriedade é fácil depois conseguirem bons resultados».

Ainda assim, o treinador diz que é cedo para aferir o real valor deste Gil Vicente de João de Deus: «É muito cedo ainda. Uma época não se traduz em oito ou nove jogos, há ainda muitos jogos pela frente e vai haver muita competitividade. Quando as equipas precisarem de pontos para não descer, no início da segunda volta, começa aí a guerra dos pontos e aí depende do trabalho desenvolvido».

«No meu tempo chegámos a andar em primeiro»

Já lá vão 13 anos e Álvaro Magalhães anos recorda com ar nostálgico a época mais bem conseguida do Gil Vicente: «No meu tempo chegámos a andar em primeiro lugar, depois é preciso manter esta performance até ao final».

O treinador de 52 anos relembra que orientou uma grande equipa com jogadores de grande nível: «Eu tinha uma grande equipa, uma super equipa. Desta não posso falar porque não sou eu que treino. Tinha jogadores de grande nível, jogadores que saíram do Gil Vicente para as grandes equipas do futebol nacional. Foram jogadores que marcaram uma geração no Gil Vicente».

Álvaro de Magalhães diz que a estabilidade proporcionada pelo Gil Vicente é preponderante para a estabilidade da equipa: «A mim nunca me faltou nada no meu tempo e agora penso que também não falta nada aos profissionais do Gil Vicente. Estão a fazer um belíssimo campeonato e oxalá que se mantenham até ao final com esta performance».

«É muito bonito ir à Europa, mas...»

O treinador alerta o Gil Vicente para a possibilidade de resultados negativos abalarem o trabalho feito até agora: «Fala a voz da experiência. Quando aparece um ciclo negativo, uma derrota e depois logo outra, duas derrotas consecutivas, as coisas abanam um pouco. Quem anda no futebol sabe».

Questionado sobre a possibilidade de o Gil Vicente disputar as competições europeias na próxima época, Álvaro Magalhães defende que o mais importante é manter a estabilidade do clube. O técnico diz que a participação europeia poderá ser «desastrosa».

«Para as equipas que não estão habituadas a ir à Europa é preferível a estabilidade no campeonato, sem faltar nada aos jogadores, do que ir à Europa e depois no ano seguinte ter mais desgaste. É muito bonito ir à Europa, mas depois a época pode ser desastrosa. Importante é ter a equipa estabilizada na primeira Liga», referiu Álvaro Magalhães ao nosso jornal.