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Benfica-Sp. Braga: «Eusébio? Bom era o Jorge Mendonça»

Memórias retalhadas do passado por Francisco Palmeiro e José Maria Vieira, glórias dos clubes que sábado se defrontam. Uma reportagem-Maisfutebol

Pedro Jorge da Cunha

Benfica-Sp. Braga, jogo de título no Estádio da Luz. Desculpa perfeita para se falar de futebol. Do bom, do genuíno. Francisco Palmeiro usou a águia ao peito de 1961 a 63. José Maria Vieira representou quase sempre o Braga, não fosse uma passagem por França «no final da carreira».

As histórias brotam com barbárie. Não deixam lugar à indiferença. A letargia e a falta de paixão pelos clubes repugnam estes dois monstros. «Nos anos 50 tínhamos uma equipa muito forte. Ainda sem o Eusébio já tínhamos ganho uma Taça Latina e fomos a mais duas finais», diz Palmeiro, 79 anos, a puxar justamente pelos galões.

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E se Palmeiro fala de Eusébio, Zé Maria responde com Jorge Mendonça. «Nunca vi igual! Comia a bola, fazia o que queria. Foi o melhor português de sempre e por isso transferiu-se para o Atlético de Madrid [e depois para o Barcelona]. O Eusébio? Corria muito, era rápido e rematava bem. Não tinha a finura do Jorge Mendonça. Esse era um colosso.»

«Queriam mandar-nos do cacilheiro ao Tejo»

José Maria Vieira é um conversador nato, pintalga cada palavra com uma entoação tonitruante. «Nós em Lisboa já eramos temidos. Certo dia demos 7-0 ao Belenenses e depois tivemos de ir jogar às Salésias. Foi um pesadelo», recorda, já a gargalhar.

«A bordo de um cacilheiro, na travessia do Tejo, fomos ameaçados de ser atirados borda fora. Não havia ainda a Ponte 25 de Abril e os adeptos deles estavam doidos porque levaram 7-0 em Braga. Nós fizemos peito, pegámos nos martelos de pregar os pitons nas botas e dissemos-lhes que eles é que iam ao rio!»

O presente tem narrativas mais comuns. A Francisco Palmeiro só chateia a escassez de portugueses no Benfica. «O Benfica de agora não ganha tantas vezes, mas continua a ser um grande clube, claro. Não é à toa que é o clube do mundo com mais sócios», começa por assinalar esta provecta glória.

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De «foguete» até à única vitória no Benfica

«As coisas evoluíram e é um bocado triste ver jogar o Benfica sem portugueses, mas é preciso acompanhar a evolução do mundo e lá fora é igual. Eu nunca joguei com estrangeiros durante o meu tempo, mas é verdade que havia as colónias de onde vinham muitos jogadores.»

Para o jogo do próximo sábado, nenhum se atreve a prever o que quer que seja. Só sabem que é para ver pela televisão. «Eu, aliás, nunca vou ao estádio», garante Zé Maria.

«É muito frio e, na verdade, as direções continuam a esquecer o que muitos deram ao Sp. Braga. Não preciso de ninguém, tenho 83 anos e ainda corro, mas há coisas que magoam. Ver um ex-colega de equipa a ser sepultado sem a bandeira do clube no caixão... Dói.»

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