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Luís Campos  |  

Martial, Bernardo, Pépé, Lemar: de que negócio Luís Campos mais se orgulha?

Entrevista do Maisfutebol a Luís Campos, diretor desportivo do Lille, que recorda os muitos negócios que o tornaram num dos diretores desportivos mais cotados no futebol europeu

Luís Campos em entrevista ao Maisfutebol fala das várias contratações e posteriores vendas que marcam a sua carreira e que o tornam num dos diretores desportivos mais cobiçados por toda a Europa. O português recorda nomes como Martial (contratado por cinco milhões e vendido por 60 milhões), Bernardo Silva (contratado por quinze milhões e vendido por 50 milhões), Lemar (contratado por quatro e vendido por 70 milhões), Fabinho (contratado por seis e vendido por 45 milhões), Mbappé (que contratou a custo zero muito novo e foi vendido por 145 milhões), Ikoné (contratado por cinco e já a valer 40 milhões) ou Pépé (contratado por oito e vendido por 80 milhões). Pelo caminho diz que vê mais a Liga Revelação ou a II Liga do que a Liga portuguesa e recorda que esta época já contratou o médio Onana no Leixões sub-23 e o treinador Jorge Maciel no Benfica sub-23.

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Qual foi o negócio que mais se orgulha de ter feito?

O negócio que teve mais impacto em Portugal foi o do Bernardo Silva, que além de ser um grande jogador é uma grande pessoa e que nos ajudou imenso com o futebol que tinha e com a alegria que trazia aos treinos. Mas tenho de falar também de negócios como o Anthony Martial, o Thomas Lemar, o Fabinho que foi campeão europeu pelo Liverpool, mais gente da formação como o Kurzawa, o Ferreira-Carrasco, o Mbappé. Tudo eletrões livres, que depois misturados com a experiência do Ricardo Carvalho, do Moutinho, do Falcao, do Toulalan, do Subasic, deu um futebol espetacular, que ganhava jogos, conquistava pontos e acabou por conquistar títulos. No Lille partimos com a mesma base e tivemos descobertas como Nicolas Pépé ou o Ikoné, que tem sido titular da seleção francesa. Depois misturamos estes jovens com a experiência de José Fonte, Loic Remy e Benjamin André, pelo que este será também um projeto de sucesso.

O Pépé que descobriu quando era suplente do Angers...

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O Pépé era um jovem que entrava nos quinze ou vinte minutos finais dos jogos do Angers, sim. Mas tenho de falar do trabalho espetacular do treinador Christophe Galtier a projetar estes jovens. O Pépé foi um jogador que custou oito milhões de euros e foi vendido ao Arsenal por 80 milhões. O Martial custou cinco milhões e foi vendido por 60 milhões. São estes negócios que nos permitem ter saúde financeira com receitas espetaculares de venda de jogadores e, que é o mais difícil, na época a seguir continuar a ter sucesso desportivo e jogador apetecíveis para os grandes da Europa.

A contratação do Rafael Leão não foi um risco muito grande desportivamente, visto ter tão poucos jogos de Liga portuguesa?

Era o mesmo risco que havia com o Bernardo Silva, que estava a jogar na equipa B do Benfica. O importante é encontrar aquela peça que não era a certa para o puzzle do Benfica ou do Sporting, mas que era a certa para o nosso puzzle. Quando acontece esse clique no nosso puzzle, como aconteceu com o Bernardo ou com o Rafael Leão, corre tudo bem: o jogador cresce na sua carreira e ajuda a tornar-nos mais fortes coletivamente.

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Conhecia relativamente bem o Rafael Leão porque vê mais jogos da Liga Revelação e da II Liga do que da Liga, não é?

Jogos da Liga Revelação, da II Liga e muitos jogos das seleções jovens. Também vejo a Liga, claro que sim, a minha primeira apreciação vai sempre para a Liga, mas infelizmente, e ao contrário da Alemanha ou da França, não há muitos jogadores de 97, 98, 99 a jogar na Liga. Então 2000 e 2001 são raríssimos. Não sei se é por uma questão cultural, mas a Liga não é um campeonato onde os jovens talentos portugueses tenham oportunidade de jogar. A Liga francesa é conhecida como a liga dos talentos porque culturalmente há essa vontade de lhes dar espaço.

Daí ter que os procurar nos escalões mais baixos...

Curiosamente na Liga Revelação já descobri este ano um jogador que acho que terá um brilhante futuro pela frente, que é o Onana. Estava na equipa sub-23 do Leixões, contratámo-lo e já jogou na equipa principal do Lille. Também encontrei excelentes treinadores e por isso é que o Jorge Maciel, que estava no Benfica sub-23, hoje faz parte da equipa técnica do Lille. Vendo os jogos de sub-23 ou bês do futebol português encontro muitos talentos que, se tivessem oportunidade nas equipas principais, talvez tivéssemos clubes mais saudáveis do ponto de vista económico.

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