Intercontinental: «Aranha» Henao, a referência do Once Caldas

Para os adeptos portugueses a equipa do Once Caldas é uma incógnita. Os nomes não são sonantes e as exibições desconhecidas, sobrando apenas o facto de se tratar do adversário do F.C. Porto na disputa da Taça Intercontinental. É uma equipa formada, basicamente, por jogadores colombianos, alguns dos quais internacionais pelo seu país, como Henao, Velásquez, Viafara e Alcazar, o venezuelano Jiménez e o mexicano De Nigris. A grande estrela é mesmo Juan Carlos Henao, um guarda-redes exuberante de quase 33 anos (1,82m, 79kg) e mais de 400 jogos como profissional, que procura seguir o exemplo de Rene Higuita. Foi herói na conquista da Taça Libertadores, por ter defendido dois penalties na final com o Boca Juniors, e mantém o estatuto de referência para o grupo. Após o jogo de Tóquio deverá assinar por uma equipa mexicana, simplesmente porque lhe apetece mudar de ares. Henao iniciou a carreira em 1987, no Pilsen de Medellín, onde começou por ser avançado goleador e acabou em guarda-redes. Não teve percurso fácil, tendo chegado a Manizales em 92 para representar o Caldas, que militava na II Divisão. Foi durante algum tempo o terceiro guarda-redes, até que, em Julho de 1993, tomou a baliza e nunca mais a largou. Em Medellin chamam-lhe a «aranha», devido aos seus reflexos, mas há quem o acuse de alguma irregularidade. Em todo o caso, foi considerado o melhor guarda-redes da última Copa Libertadores da América, conseguindo igualar o feito do ídolo Higuita. Meio-campo forteTodos os outros jogadores são menores ao lado de Henao, mas há dois ou três nomes a reter, pela importância que possuem na manobra da equipa dentro do terreno de jogo. Desde logo os médios Elkin Soto e John Viafara, por motivos diversos. O primeiro, produto das escolas de formação do Once, é apontado como o criativo, fazendo uso do seu pé esquerdo para ultrapassar adversários e rematar à baliza. Viafara é, muito provavelmente, o jogador mais influente no «onze» colombiano, nomeadamente pelas muitas bolas que recupera, fruto da agressividade e sentido táctico que aplica dentro das quatro linhas. Também ele foi herói na Libertadores, sendo considerado o melhor jogador da competição. Apesar de ser uma equipa coesa, o Once Caldas viu-se privado de duas das suas maiores estrelas no último semestre deste ano. Arnulfo Valentierra foi vendido ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, e Sérgio Galvan decidiu partir para os Estados Unidos (MetroStars), depois de uma carreira brilhante no clube. Eram eles os grandes goleadores, pelo que o técnico Luis Fernando Montoya teve que encontrar novas soluções. O mexicano Antonio de Nigris, contratado ao Poli Ejido, tem-se revelado como a principal aposta, mas continua a sentir algumas dificuldades em marcar golos, por isso a grande força vem mesmo do meio-campo. De referir, ainda, que o Once Caldas foi observado em três ocasiões por elementos do F.C. Porto. Primeiro por Rui Barros, depois por João Pinto e finalmente por Lima Pereira, curiosamente três ex-jogadores que foram titulares na conquista da Taça Intercontinental em 1987. Lista de jogadores:Guarda- redes: Juan Carlos Henao e Juan Carlos Gonzalez. Defesas: Cataño, Vanegas, Rojas, Cambindo, Garcia e Barahona Médios: Velásquez, Jiménez, Viafara, Marín, Valência, Arango, Elkin Soto, Fabbro e Javier Araujo. Avançados: Alcazar, De Nigris, Diaz e Moreno.