Radebe ao Maisfutebol: «Sinto inveja por não jogar este Mundial»

A vida não nos dá tudo o que queremos, já se sabe. Há sonhos que ficam por concretizar, oportunidades únicas que ficam para outros usufruir. Há vários meses que Lucas Radebe pensa nisto, enquanto se deixa invadir por uma inveja saudável. Foi capitão da selecção sul-africana nos dois Mundais disputados até este ano (1998 e 2002). Agora que o seu país organiza a prova, já conta cinco anos de reforma.

Radebe, padrinho da banda Kaiser Chiefs

Radebe partilha a felicidade da sua pátria, claro, mas não deixa de pensar que devia ter nascido alguns anos mais tarde. Ou então que este mundial africano devia ter chegado mais cedo. «Sinto inveja. Era bom disputar um Mundial em casa, mas sinto-me orgulhoso, ainda assim, por ter dado o meu contributo», disse o antigo internacional ao Maisfutebol.

A organização do Campeonato do Mundo é encarada como uma «grande conquista». «Mostra até onde conseguimos chegar. Vai ser bom para o desenvolvimento do país, até ao nível de infra-estruturas. É uma honra receber o Mundial», acrescenta. Radebe assume que é «um grande desafio», mas está confiante que tudo vai correr bem. «Vai ser perfeito!»

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A questão da segurança, ou da falta dela, é sempre debatida na África do Sul, mas o antigo jogador garante que não haverá problemas de maior: «É possível que se registem alguns pequenos assaltos, mas isso acontece em qualquer lado. A segurança será a dobrar, como é normal em Campeonatos do Mundo, e por isso penso que vai tudo correr bem.»

Atritos com Queiroz não cortam elogios

Carlos Queiroz foi seleccionador da África do Sul entre 2000 e 2002, pelo que Lucas Radebe conhece-o bem. O actual seleccionador de Portugal chegou mesmo a tirar-lhe a braçadeira de capitão, a meio do seu «mandato», mas isso não impede que o antigo jogador lhe faça elogios. «É um bom técnico. Vai fazer um bom trabalho. Conhece bem o país, e isso é uma vantagem.»

Radebe destaca a «qualidade individual» da selecção portuguesa, que «tem jogadores como Deco ou Ronaldo», e por isso aponta-a como «uma das candidatas à vitória». Em relação à sua selecção, assume que a «falta de experiência é um aspecto negativo», mas acredita que isso pode ser contornado. «Tem bons talentos, boas individualidades. A equipa sabe a expectativa que existe, e o estatuto de anfitrião vai incentivá-la.»