Resumo do regresso de João Moutinho a Alvalade: foi quase normal.

Dito de outra forma: se exceptuarmos as maçãs, que não são fruta habitual no futebol, o ex-sportinguista saiu de Alvalade com uma exibição razoável. Ligado ao golo portista, mas também marcado por um número pouco habitual de passes errados. Sem golo e pior do que isso, sem remates.

Mas comecemos pelo princípio.

Moutinho apareceu no meio-campo, ao lado de Belluschi, um pouco à frente de Fernando. Do outro lado, Pedro Mendes, Maniche e André Santos. Para a nossa história, sobretudo André Santos.

O jovem leão esteve sempre muito atento a João Moutinho e isso causou um efeito pouco habitual no jogo do portista. As perdas de bola sucederam-se e o «8» encontrou sempre muita dificuldade para se virar e jogar de frente para a baliza do Sporting.

Até por isso, pouco se viu na primeira parte. Uma recuperação de bola, nove passes certos, oito errados, uma falta cometida e outra sofrida. Numa bola chutada para a frente, Rui Patrício foi o destinatário. O guarda-redes chutou longo e deu golo. Mas seria absurdo dizer que a responsabilidade pertence, de alguma forma, ao internacional português.

Um pouco mais atrás, logo melhor

A primeira parte tinha exposto Fernando. Inseguro, sentiu muitas dificuldades para organizar o jogo. Como não havia Belluschi e Moutinho estava intermitente, só por uma vez se vira Falcão. E dessa vez a história começou em Moutinho.

O segundo tempo foi diferente. Villas-Boas alterou ligeiramente o meio-campo. Moutinho baixou um pouco no terreno e passou a ser ele a iniciar os ataques. Belluschi jogou mais pelo centro e próximo de Falcão, Varela e Hulk.

E foi em Moutinho que nasceu o empate. A bola saiu do médio para a direita, onde encontrou Hulk. O cruzamento descobriu Falcão, golo.

Os números do segundo tempo confirmavam a impressão do olhar. Apenas um passe errado, dez certos, nenhuma falta cometida, duas sofridas. No melhor período do F.C. Porto, o melhor João Moutinho.

Aos 61 minutos é agredido por Maniche, mas o árbitro não vê. Fica caído no relvado.

Pouco depois, o próprio Villas-Boas decidiu que não valia a pena continuar a jogar assim tanto. Por isso retirou Varela, colocou Guarín, a equipa voltou a perder qualidade. Como pouco depois Maicon foi expulso, fim da história. Moutinho passou a jogar sobre a direita, num esquema 4-4-1. Sem bola, mas com muita atenção, muito rigor.

Aos 70, livre de Vukcevic, a bola sai forte em direcção à cara de João Moutinho. Mais uma vez, queda.

Aos 85 minutos, Moutinho saiu mesmo. Assobiado, claro. Sem ter feito um grande jogo, mas seguro de que o melhor Porto teve Moutinho. O pior também. Não foi decepcionante, mas também não ficará na história. Nota média, deu para passar no exame de Alvalade.

A análise ao trabalho de João Moutinho foi feita a partir das imagens do Sporting-F.C. Porto, da SportTV. A cobertura foi feita em directo, via Twitter. Para poder seguir o jornalista Luís Sobral no Twitter, clique aqui .