Pela segunda ocasião na temporada, o Tondela vai receber em casa um adversário, na Liga, às 11h45.

É a primeira vez que um clube repete o horário como anfitrião, embora haja já sete partidas de campeonato disputadas numa hora que leva os adeptos a terem de preparar-se mais cedo para a ida ao estádio em vez de ficarem na caminha.

O horário da manhã teve como experiência o dérbi da Invicta, na época passada. O FC Porto recebeu o Boavista no Dragão às 11h45 da última jornada de 2015/16. Já sem hipóteses de lutar pelo título, o jogo esteve bem abaixo da média de espectadores do estádio na temporada passada.

Essa é uma explicação possível, a outra pode residir, precisamente, na hora a que se disputou o encontro. Nos sete jogos já realizados em 2016/17 às 11h45, em todos se verificou uma queda na assistência em relação ao que é habitual. Um perdeu mesmo metade dos adeptos em relação à média.

Belenenses foi quem mais perdeu na média, mas há sempre o fator X

Houve sete partidas de Liga às 11h45, nesta temporada. A equipa mais bem classificada a jogar de manhã foi o Sp. Braga, quando visitou o Nacional.

Quer isto dizer que nenhum dos ditos grandes, Benfica, FC Porto e Sporting, jogou no horário matutino. Como se sabe, as assistências globais da Liga dependem muito dos jogos na Luz, Dragão e Alvalade, mas não há termo de comparação nesses recintos.

Há, no entanto, sete recintos cujas assistências de jogos tarde/noite para a manhã pode ser comparada. E aí, refira-se, o Belenenses foi o clube que mais adeptos perdeu no estádio quando jogou às 11h45.

A formação lisboeta tem uma média de 4.353 espectadores no Restelo, mas no dia em que recebeu o Marítimo o número desceu para metade.

O Tondela, que recebe o Feirense neste sábado de manhã, também caiu muito, perdeu quase 50 por cento do público que costuma frequentar o João Cardoso: dos 2003 de média, o jogo com o Chaves teve 1045 pessoas.

A equipa que menos diminuiu o número de adeptos no estádio às 11h45 foi o Rio Ave: recebeu o Estoril e estiveram nos Arcos menos 202 pessoas.

Porém, as médias dos clubes estão, quase sempre, influenciadas pelo facto de receberem um grande ou não: é o fator X da Liga. Assim, verifica-se que apenas o Tondela-Chaves, jogado às 11h45, foi o jogo com pior assistência no Estádio João Cardoso. Todos os outros clubes tiveram piores assistências em partidas disputadas à tarde ou noite.

Por exemplo, no caso do Belenenses, que é quem mais perde na comparação das médias, deve referir-se que o Restelo é um dos dois estádios em causa que já recebeu a visita de Benfica, FC Porto e Sporting. Em dez partidas disputadas em Belém, o jogo com o Marítimo teve o sétimo melhor desempenho.

O outro emblema a receber Benfica, FC Porto e Sporting foi o Nacional: o jogo matutino com o Sp. Braga foi a quinta melhor assistência, tal como em Paços (dragões e leões já lá jogaram), enquanto em Vila do Conde foi a quarta melhor: dos grandes, falta lá ir o Benfica. Em Chaves foi a sexta assistência da época e nos Barreiros a oitava. 

Em resumo, se retirarmos os grandes à equação, dá nisto:

Belenenses, 7 jogos sem grandes, 4ª melhor assistência (jogo da manhã)

Rio Ave, 8 jogos sem os grandes, 2ª melhor assistência

Nacional, 7 jogos sem os grandes, 2ª melhor assistência

P. Ferreira, 7 jogos sem os grandes, 2ª melhor assistência

Marítmo, 8 jogos sem os grandes, 6ª melhor assistência

Tondela, pior assistência da época

Qual é o panorama da II Liga?

O segundo escalão tem uma amostra bem maior. A II Liga tem também outras particularidades nos jogos de manhã que a o campeonato principal ainda só teve uma vez: no final da época passada, quando se deu o tal dérbi da Invicta, pioneiro na Liga.

No patamar inferior, ainda que sejam as equipas secundárias, as marcas de Benfica, FC Porto e Sporting têm influência. Tal como a Académica, que é líder de assistências na II Liga, e o Portimonense, que é líder. 

Numa comparação, no primeiro escalão nesta temporada não se verificam estas premissas: nenhum dos três grandes, nem o líder de assistências nem o primeiro classificado, que nestes últimos dois casos é precisamente o Benfica. 

Dos 33 jogos que a II Liga teve a jogarem-se de manhã, 13 apresentaram mais público do que a média do clube visitado. Porém, apenas um deles não teve Benfica, FC Porto, Sporting, Académica ou Portimonense: aconteceu no Olhanense-V. Guimarães B.

Nos restantes 12, esteve pelo menos uma destas equipas presentes.

Na II Liga, que, repita-se, é mais peculiar, a maioria dos encontros matutinos tem uma quebra de público em relação à média dos respetivos clubes em casa.