Está na hora de fazer as contas finais. Terminou a Liga 2015/16 e a altura é de balanço. Como sempre foi um ano de figuras, de revelações e deceções, de pontos altos e baixos.

O Maisfutebol analisou a edição do campeonato por aquilo que foi e, também, por aquilo que não foi, nomeadamente no que diz respeito a quem ficou aquém do esperado. Apresentamos, também, os onzes mais utilizados por cada um dos 18 emblemas.

Fica, então, o balanço da Liga que terminou no último domingo. Para o ano há mais.

BENFICA

Jonas, a grande figura do tricampeão

Figura: Jonas 32 golos na Liga dizem tudo da sua importância na conquista encarnada. Desde Mário Jardel que nenhum jogador superava a barreira dos 30 golos.

Revelação: Renato Sanches O menino 35 milhões. Entrou na equipa no final de novembro e nunca mais saiu. Tornou-se indiscutível na melhor fase do Benfica na época.

Deceção: Taraabt Escolha óbvia. Um reforço que nunca o foi. Nem um minuto na equipa principal o que equivale a dizer que nem sequer constará na lista de campeões, ao contrário, por exemplo, de Paulo Lopes, Victor Andrade, Clésio ou Jovic.

Melhor momento: vitória em Alvalade Foi o jogo que virou o campeonato e tornou possível o 35º título. Valeu um golo solitário de Mitroglou.

Pior momento: derrota com o Sporting em casa O Benfica só venceu um jogo aos principais rivais, mas a derrota em casa com o Sporting foi mesmo o ponto mais baixo. Uma primeira parte terrível que ditou a maior vitória de sempre dos leões na Luz.

Onze base: Júlio César, André Almeida, Jardel, Lindelof e Eliseu; Pizzi, Samaris, Renato Sanches e Gaitán; Jonas e Mitroglou

SPORTING

João Mário voltou a fazer uma grande época

Figura: João Mário Números idênticos à época passada: 45 jogos e 7 golos. Provam que o talento está amadurecido. Jesus encostou-o à direita e respondeu com classe.

Revelação: Ruben Semedo Começou a época no V. Setúbal, deu cartas e Jesus pediu o seu regresso. Surpreendeu ao roubar a titularidade a Paulo Oliveira e acaba a época como grande promessa para o próximo ano.

Deceção: André Martins Nunca contou para Jorge Jesus. Apenas 13 minutos na Liga.

Melhor momento: vitória no Dragão Ganhar na Luz foi histórico, claro, mas o foi o triunfo em casa do FC Porto que fez Jesus dizer uma das frases da época: «A dúvida do campeão persiste, mas a da melhor equipa ninguém tem.»

Pior momento: empate com Tondela De todos os pontos perdidos na Liga, o empate caseiro com o último, depois de ter operado uma reviravolta, foi o mais surpreendente.

Onze base: Rui Patrício, João Pereira, Paulo Oliveira, Naldo e Jefferson; João Mário, Adrien, William e Bryan Ruiz; Slimani e Téo Gutierrez

FC PORTO

Danilo, um dos «sobreviventes» da época portista

Figura: Danilo Pereira O melhor jogador da equipa numa época muito abaixo do esperado a nível coletivo. Candidatura forte ao onze de Portugal no Europeu.

Revelação: Miguel Layún O rei das assistências da equipa jogava, na época passada, na II Divisão inglesa. Dos poucos reforços que convenceram a plateia.

Deceção: Imbula Vinte milhões para nada. Saiu em janeiro sem dar prejuízo financeiro. O único ponto positivo da passagem pelo Dragão.

Melhor momento: vitória na Luz O FC Porto foi a única equipa que venceu o campeão nos dois jogos. Pobre consolo, mas, ainda assim, é alguma coisa.

Pior momento: derrota com Tondela Foi Pinto da Costa quem o assumiu: naquele ponto, a equipa bateu no fundo.

Onze base: Casillas, Maxi Pereira, Marcano, Indi e Layún; Danilo, Herrera e André André; Brahimi, Aboubakar e Corona

SP. BRAGA

Rafa confirmou tudo o que se esperava dele

Figura: Rafa Silva A melhor época na carreira aos 22 anos, tirando eventuais dúvidas. Onde jogará para o ano?

Revelação: Vukcevic Ricardo Ferreira seria outra hipótese, mas o médio pegou de estaca na equipa principal com Fonseca. 1 jogo em 2014/15; 36 em 2015/16.

Deceção: Alef Vinha para ser o novo Danilo mas só jogou na última jornada.

Melhor momento: vitória sobre o FC Porto O último prego na candidatura portista ao título foi dado pela equipa de Fonseca, em Braga.

Pior momento: goleada sofrida na Luz Azar no início e falta de pedalada depois acabaram num 5-1 que foi a mais gorda derrota sofrida na época.

Onze base: Kritciuk; Baiano, Boly, Ricardo Ferreira e Marcelo Goiano; Pedro Santos, Luís Carlos, Vukcevic e Rafa Silva; Hassan e Stojilijkovic

AROUCA

Bracali «renasceu» em Arouca

Figura: Bracali No regresso a Portugal foi um dos esteios da equipa, rumo à Europa. Indiscutível para Vidigal.

Revelação: Lucas Lima Chegou como simples desconhecido e termina a época como um dos melhores laterais esquerdos do campeonato.

Deceção: Caio Rangel Internacional pelas seleções jovens do Brasil e emprestado pelo Cagliari, nunca contou e saiu em janeiro, com uma aparição na Liga.

Melhor momento: vitória sobre o Benfica À 2ª jornada o Arouca foi líder isolado do campeonato. Ainda houve a vitória no Dragão, mas foi ali o início da caminhada gloriosa até ao 5º lugar final.

Pior momento: goleada sofrida em Alvalade Os 5-1 descuraram uma época em que o Arouca fez boa figura contra os grandes.

Onze base: Bracali, Gegé, Hugo Basto, Velázquez e Lucas Lima; Nuno Coelho, Nuno Valente e Adilson; Artur, Maurides e Ivo Rodrigues

RIO AVE

Tarantini continuou a indicar o caminho no Rio Ave

Figura: Tarantini Oitava época em grande no Rio Ave. O líder do grupo.

Revelação: João Novais Contratado ao Leixões, marcou o golo que despediu Lopetegui e só não jogou mais pela forte concorrência. A merecer atenção para o ano.

Deceção: Yazalde Quase 1500 minutos e apenas três golos, dois deles até à quarta jornada. Não esteve ao nível de outros tempos.

Melhor momento: empate no Dragão Foi o Rio Ave a ajudar à saída de Lopetegui do FC Porto. Também empatou em Alvalade.

Pior momento: derrota com Tondela em casa O Tondela tinha apenas um triunfo na Liga quando ganhou em Vila do Conde.

Onze base: Cássio, Lionn, Marcelo, Roderick e Edimar; Wakaso, Tarantini e Bressan; Ukra, Guedes e Yazalde

PAÇOS DE FERREIRA

Bruno Moreira foi o melhor marcador português da Liga

Figura: Bruno Moreira Melhor marcador português da Liga, com 14 golos. Mais do que o melhor do FC Porto, um candidato ao título.

Revelação: Diogo Jota Qualidade já inquestionável que o Atlético Madrid agarrou. Marcou 12 golos na Liga, dois deles a Benfica e FC Porto.

Deceção: Cícero Recuperado em dezembro fez apenas um golo em 15 jogos.

Melhor momento: 6-0 ao U. Madeira Uma noite perfeita. Só Benfica e Sporting imitaram estes números.

Pior momento: 1-4 com o Tondela Uma derrota pesada num momento importante, ajudou a deixar fugir a Europa.

Onze base: Defendi, João Góis, Fábio Cardoso, Marco Baixinho e Hélder Lopes; Pelé e Romeu; Edson Farías, Andrezinho e Diogo Jota; Bruno Moreira

ESTORIL

O Estoril descobriu um goleador em Bonatini

Figura: Leo Bonatini Só Jonas, Slimani e Mitroglou superaram os seus 17 golos na Liga. Tudo dito.

Revelação: Mattheus A curiosidade de ser filho de Bebeto já é apenas um pormenor. Subiu muito em relação a 2014/15.

Deceção: Leandro Chaparro Começou a época a titular e perdeu gás até desaparecer da equipa.

Melhor momento: vitória em Vila do Conde Na 25ª jornada, o triunfo (1-3) que lançou a candidatura a um lugar Europeu.

Pior momento: derrota pesada na Choupana Só o Benfica, a abrir, infligiu uma derrota mais pesada ao Estoril do que os 4-1 do Nacional.

Onze base: Kieszek, Anderson Luís, Diego Carlos, Yohan Tavares e Mano; Afonso Taira, Anderson Esiti e Diogo Amado; Gerso, Leo Bonatini e Mattheus

BELENENSES

Sturgeon já é uma certeza no Belenenses

Figura: Fabio Sturgeon De promessa a certeza. Aos 22 anos fez a melhor época da carreira.

Revelação: André Sousa Contratado ao Ac. Viseu pegou de estaca na equipa e acaba a época com 40 jogos nas pernas.

Deceção: Betinho Infeliz regresso a Portugal. Um golo na Taça da Liga, no último jogo antes de voltar ao Sporting.

Melhor momento: 3-0 ao Sp. Braga Numa época muito oscilante, a expressiva sobre os bracarenses destacou-se.

Pior momento: segunda goleada contra o Benfica Se na Luz tinha corrido mal (6-0), no Restelo não foi melhor (0-5).

Onze base: Ventura, André Geraldes, Gonçalo Brandão, Gonçalo Silva e Filipe Ferreira; Ruben Pinto e André Sousa; Sturgeon, Carlos Martins e Miguel Rosa; Tiago Caeiro

VITÓRIA GUIMARÃES

O Sp. Braga-Vitória foi um dos melhores jogos de Otávio

Figura: Otávio O ano da explosão, para FC Porto ver.

Revelação: João Miguel Silva Começou por ser o guarda-redes que cantava com a claque durante os jogos e acabou por ser uma das figuras da equipa.

Deceção: Tozé De grande figura do Estoril passou a uma sombra em Guimarães. O que aconteceu?

Melhor momento: vitória sobre o FC Porto Dúvidas feias levantaram-se ao longo da semana. O Vitória de Conceição respondeu em campo.

Pior momento: empate em Setúbal que «despediu» Evangelista A aposta no treinador da equipa B não resultou e «atrasou» a época vimaranense.

Onze base:: João Miguel Silva, Bruno Gaspar, Josué, João Afonso e Dalbert; Cafú e Bouba Saré; Ricardo Valente, Otávio e Licá; Henrique Dourado

NACIONAL

Salvador Agra reergueu-se na Madeira

Figura: Salvador Agra Esteve nos 34 jogos na Liga (33 a titular) e marcou 9 golos. Melhor época da carreira.

Revelação: Rui Silva Roubou a titularidade a Gottardi durante largos períodos.

Deceção: Miguel Rodrigues Já foi uma promessa, mas desapareceu. Apenas dois jogos na Liga.

Melhor momento: goleada ao Estoril Numa época sempre longe dos lugares europeus, os 4-1 foram do melhor que se viu.

Pior momento: atropelados pelo Sporting A derrota caseira mais pesada foi aplicada pelo Sporting: 0-4.

Onze base: Rui Silva, João Aurélio, Rui Correia, Zainadine e Nuno Sequeira; Aly Ghazal, Washington e Nené Bonilha; Salvador Agra, Soares e Willyan

MOREIRENSE

A classe de Iuri ajudou aos objetivos do Moreirense

Figura: Iuri Medeiros Confirmou todas as promessas anteriores, tornou-se a referência da equipa e tem via aberta para voltar ao Sporting.

Revelação: João Palhinha Chegou com muito menos crédito do que Iuri, mas não descurou. Lugar cativo no miolo.

Deceção: Ramon Cardozo Muitas lesões numa época para esquecer. Apenas um golo…na Luz.

Melhor momento: vitória clara no Bessa O triunfo mais expressivo da época foi conseguido fora de casa: 3-0!

Pior momento: 4-1 em Guimarães Um dérbi é sempre um dérbi e ninguém gosta de perder por tanto…

Onze base: Stefanovic; Sagna, Marcelo Oliveira, André Micael e Evaldo; João Palhinha, Filipe Gonçalves e Vítor Gomes; Boateng, Rafael Martins e Iuri Medeiros

MARÍTIMO

João Diogo, um polivalente que se destaca

Figura: João Diogo Já é um líder de balneário. A lateral ou extremo começa a ser símbolo do Marítimo.

Revelação: Patrick Vieira Ganhou rapidamente um lugar na defesa insular. Grande disponibilidade física.

Deceção: Baba Muito aquém do que já mostrou nesta mesma casa.

Melhor momento: montanha-russa em Guimarães Um 3-4 que ficou para a história como um dos jogos da Liga.

Pior momento: goleada na Luz Foram 6-0. Deixa sempre marcas…

Onze base: Salin, João Diogo, Dirceu, Deyvison e Patrick Vieira; Alex Soares, Éber Bessa, Tiago Rodrigues e Fransérgio; Edgar Costa e Dyego Sousa.

BOAVISTA

Ruben Ribeiro catapultou o Boavista para zonas tranquilas

Figura: Ruben Ribeiro Mudou a face da equipa.

Revelação: Luisinho Mesmo perdendo gás na segunda metade, foi uma boa descoberta em Viseu.

Deceção: Rivaldinho Chegou debaixo de grandes expectativas, partiu discretamente e com apenas 33 minutos na Liga.

Melhor momento: a goleada que reanimou a equipa A entrada de Sanchez demorou um pouco a sortir efeito, mas a partir da goleada de 4-0 ao V. Setúbal a equipa acreditou na manutenção

.Pior momento: um dérbi confrangedor O FC Porto estava ferido pela saída de Lopetegui e com o interino Rui Barros foi a Bessa golear por 5-0.

Onze base: Mika, Tiago Mesquita, Paulo Vinícius, Nuno Henrique e Afonso Figueiredo; Idris e Ruben Gabriel; Renato Santos, Rúben Ribeiro e Luisinho; Zé Manuel.

VITÓRIA SETÚBAL

A época de André Claro até teve pedido de casamento!

Figura: André Claro Entre os portugueses, só Bruno Moreira marcou mais. Dois golos antes dos 20 segundos nesta Liga!

Revelação: André Horta Uma grande temporada a valer um bilhete para o Benfica ao irmão mais novo de Ricardo Horta.

Deceção: Meyong Voltou em dezembro para render Suk, mas nem um golo marcou.

Melhor momento: um caso sério a abrir A goleada no campo da Académica (0-4), logo à 2ª jornada, mostrou que valia a pena olhar para os sadinos.

Pior momento: arrasados pelo Sporting A goleada de 6-0 em casa foi a mais pesada da época.

Onze base: Ricardo, William, Frederico Venâncio, Ruben Semedo e Nuno Pinto; Fábio Pacheco e Dani; Arnold, André Claro e Costinha; Suk.

TONDELA

Nathan Junior foi uma bela descoberta do Tondela

Figura: Nathan Júnior Participou em todos os jogos e marcou 13 golos. Decisivo.

Revelação: Cláudio Ramos Primeiro Matt Jones, depois Zubikarai. Mas foi quando Cláudio Ramos se fixou no onze que o Tondela cresceu.

Deceção: Raphael Guzzo Primeira oportunidade na Liga desaproveitada. Voltou à equipa B do Benfica em janeiro.

Melhor momento: vitória no Dragão O jogo que lançou o Tondela para a epopeia que evitou a descida.

Pior momento: 3-4 com o Marítimo Depois deste jogo, em que dois golos nos descontos deixaram fugir um triunfo, quem não pensou que a descida era inevitável?

Onze base: Cláudio Ramos; Junior Otoo, Bruno Nascimento, Kaká e Nuno Santos; Hélder Tavares, Lucas Souza e Bruno Monteiro; Romário Baldé, Nathan Júnior e Wagner

UNIÃO DA MADEIRA

O União precisava de mais como Amilton

Figura: Amilton O principal desequilibrador da equipa. Tem lugar na Liga.

Revelação: André Moreira Não fosse a grave lesão sofrida e seria, certamente, titular até ao final da época aos 19 anos.

Deceção: Raul Gudiño Dois erros nos jogos decisivos fazem dele um dos rostos da descida unionista.

Melhor momento: vitória frente ao Sporting Se empatar com o Benfica, dias antes, tinha sido muito bom, o que dizer de ganhar aos leões?

Pior momento: derrota que ditou descida Faltava um ponto, em dois jogos, mas nunca chegou. E o União até esteve a ganhar ao Rio Ave na última batalha…

Onze base: André Moreira; Paulinho, Diego Galo, Paulo Monteiro e Joãozinho; Soares, Shehu e Gian dos Santos; Amilton, Cádiz e Danilo Dias.

ACADÉMICA

Hugo Seco tentou mas não salvou a Académica

Figura: Hugo Seco Um toque de qualidade numa equipa onde esta na abundava.

Revelação: Leandro Silva Não terá jogado o suficiente para um lugar no FC Porto, mas jogou o suficiente para uma nova oportunidade na Liga.

Deceção: Gonçalo Paciência Será o primeiro a admitir que a época não lhe correu como desejava. Tem qualidade para mais.

Melhor momento: 4-3 ao Belenenses Um dos jogos com mais golos da Liga sorriu à Académica.

Pior momento: derrota com o União A descida só ficou selada no empate com o Sp. Braga mas percebeu-se após o desaire na Madeira em que até Gouveia perdeu a cabeça.

Onze base: Pedro Trigueira; Aderlan, João Real, Ricardo Nascimento e Rafa; Fernando Alexandre e Leandro Silva; Nii Plange, Hugo Seco e Rafael Lopes; Gonçalo Paciência