Em iniciativa lançada pelo «Guardian», e que conta com a participação do Maisfutebol, foi preparado um «mini-guia» dos grupos do Mundial2018, no qual os textos de cada seleção foram, salvo algumas exceções, elaborados por jornalistas desses mesmo países.

O sorteio da fase final começou a definir equilíbrios de força e os próximos seis meses são de afinações para todas as seleções. O que se segue é uma apresentação, grupo a grupo, das 32 seleções, vistas de dentro.

Neste artigo a apresentação do Grupo F

Alemanha

Depois de a Alemanha ter perdido para a França na meia-final do Euro 2016 muitos previram que a era de Joachim Löw estivesse lentamente a chegar ao fim. No entanto, a equipa recuperou de forma impressionante e qualificou-se para o Mundial com uma campanha perfeita de 10 em 10 vitórias, marcando um número recorde para o apuramento europeu de 43 golos. A Mannschaft não voltou a perder desde essa derrota por 0-2 frente à França.

O facto de a Alemanha ter também vencido a Taça das Confederações no verão passado com uma seleção de reservas também deve preocupar a concorrência. Não teve jogadores como Jerome Boateng, Hummels, Manuel Neuer, Toni Kroos, Mesut Özil, Thomas Müller, Mario Götze, Ilkay Gündogan, Marco Reus, Sami Khedira e Leroy Sané, mas isso não fez diferença. Novos jogadores (como Timo Werner, Lars Stindl e – acima de todos - Leon Goretzka) reforçaram candidaturas, o que significa que a concorrência para um lugar entre os 23 para o Mundial será enorme. As impressionantes exibições de Goretzka pelo Schalke significam que Löw terá uma dor de cabeça quando tiver de decidir quem é o melhor parceiro para Kroos no meio-campo. Khedira, da Juventus, sempre foi a primeira opção, mas agora está pressionado por Goretzka. 

Como se qualificou: 1º lugar no Grupo C da Europa, à frente da Irlanda do Norte

Sistema preferido: 4-2-3-1

Estrela: Toni Kroos (Real Madrid)

Jogador a seguir: Leon Goretzka (Schalke)

Selecionador: Joachim Löw

Odds 5-1

Michael Reis, Sport-Bild

México

A equipa não teve problemas com o apuramento para o Mundial na qualificação da Concacaf, mas o selecionador, Juan Carlos Osorio, é questionado pela imprensa porque em jogos mais exigentes, como frente ao Chile na Copa América Centenária (1-7) ou frente à Alemanha na Taça das Confederações (1-4), a Tri pareceu perdida e não mostrou nada que sugira que possa competir com as melhores equipas do mundo.

No entanto, a contrariar esta ideia está o facto de alguns dos jogadores estarem no seu auge, tanto a nível pessoal como profissional. Guillermo Ochoa, Andrés Guardado, Héctor Moreno, Héctor Herrera e Javier «Chicharito» Hernández são cinco desses jogadores com pelo menos cinco anos de experiência na Europa por esta altura. Isso pode fazer a diferença para a Tri conseguir finalmente chegar ao quinto jogo no Mundial, algo que os adeptos mexicanos aguardam há muito. O sistema de Osorio tem mudado. Quando chegou o colombiano usava um 4-3-3, mas nos dois particulares na Europa no mês passado mudou e jogou com dois médios defensivos, algo que pode repetir (junto com uma defesa de cinco homens) na Rússia para que o México consiga competir com os melhores no Mundial.

Como se qualificou: 1º lugar da qualificação da Concacaf, à frente da Costa Rica e Panamá

Sistema preferido: 4-3-3

Estrela: Javier «Chicharito» Hernández (West Ham)

Jogador a seguir: Hirving «Chucky» Lozano (PSV Eindhoven)

Selecionador: Juan Carlos Osorio

Odds 66-1

Mauricio Ymay, Televisa Deportes

Suécia

O Euro 2016 marcou o fim da «era Zlatan Ibrahimovic», assim como a saída do selecionador Erik Hamrén. A nova seleção sueca, comandada por Janne Andersson, é uma equipa extremamente trabalhadora e disciplinada. O 4x4x2 persiste desde o ciclo de sucesso com Lars Lagerback, mas agora com jogadores de clubes mais modestos. No reinado de Lagerback as principais figuras jogavam em clubes como Arsenal, Juventus ou Barcelona, e agora jogam na Dinamarca, Grécia, Rússia, Escócia ou Emirados Árabes Unidos. Emil Forsberg (Leipzig) e Victor Nilsson Lindelof (Man Utd) são as exceções.

A vitória sobre a Itália, no playoff», foi merecida, e agora o debate centra-se num eventual regresso de Zlatan Ibrahimovic. E se o avançado voltar, será que vai encaixar no coletivo que Andersson montou?

Como se qualificou: segundo lugar no Grupo A da zona europeia, atrás da França, e depois vitória sobre a Itália no playoff.

Sistema preferido: 4-4-2

Estrela: Emil Forsberg (Leipzig)

Jogador a seguir: Viktor Claesson (Krasnodar)

Selecionador: Jan “Janne” Andersson

Odds 80-1

Max Richnau, fotbollskanalen.se

Coreia do Sul

A seleção da Coreia do Sul passou por dificuldades na qualificação, e conseguiu o objetivo à justa, após uma sequência negativa que resultou no despedimento do selecionador, Uli Stielike. O atual selecionador, Taeyong Shin, que era responsável pelos sub-23 e sub-20, não é um mestre da tática mas é um bom motivador.

Poucas pessoas têm expectativas elevadas para a participação da Coreia do Sul no Mundial. Surpreendentemente, a maioria dos adeptos espera ainda pelo regresso do antigo selecionador Guus Hiddink.

Perante a falta de talento de classe mundial, o técnico depende de dois jogadores que se destacam: Son Heung-min (Tottenham) e Ki Sung-yueng (Swansea).

O atual selecionador aposta frequentemente no 4-4-2, mas atualmente parece interessado em lançar um sistema com três defesas, pelo que não é certo como a Coreia do Sul vai apresentar-se no Mundial.

Como se qualificou: 2º lugar no Grupo A da zona asiática, atrás do Irão

Sistema preferido: 4-4-2

Estrela: Heung-min Son (Tottenham Hotspur) 

Jogador a seguir: Chang-hoon Kwon (Dijon)

Selecionador: Tae-yong Shin

Odds: 500-1

Hyung-wook Seo, Footballist