Em iniciativa lançada pelo «Guardian», e que conta com a participação do Maisfutebol, foi preparado um «mini-guia» dos grupos do Mundial2018, no qual os textos de cada seleção foram, salvo algumas exceções, elaborados por jornalistas desses mesmo países.
O sorteio da fase final começou a definir equilíbrios de força e os próximos seis meses são de afinações para todas as seleções. O que se segue é uma apresentação, grupo a grupo, das 32 seleções, vistas de dentro.
Neste artigo a apresentação do Grupo H
Polónia
Os homens de Adam Nawalka estiveram sempre na rota da qualificação para a Rússia e ganharam oito dos 10 jogos. O capitão Robert Lewandowski apontou um recorde de 16 golos e foi o melhor marcador do apuramento europeu. A consistência e liderança de Lewandowski foram cruciais para o regresso da Polónia ao maior palco após 12 anos de ausência, mas os outros jogadores estiveram à altura para garantir que a Polónia entrasse no Pote 1 para o sorteio.
Nawalka construiu uma equipa sólida mas dinâmica e o seu principal foco de preocupação é a defesa (a Polónia sofreu 14 golos, o valor mais alto entre os vencedores de grupo), mas ele sabe como fazê-lo, uma vez que a Polónia teve a segunda melhor defesa do Euro 2016 até aos quartos de final. Nawalka tem agora seis meses para afinar os seus planos, o que inclui trabalhar num novo sistema como três defesas centrais.
A Polónia tem uma espinha dorsal forte com Wojciech Szczesny-Kamil Glik-Grzegorz Krychowiak e Robert Lewandowski, bem como uma boa mistura de juventude (Piotr Zieliński) e experiência (Jakub Błaszczykowski). Outro jogador-chave é Kamil Grosicki, cujo lugar no flanco esquerdo foi vital e que contribuiu para a qualificação com três golos e três assistências.
Como se qualificou: 1º lugar no Grupo E da Europa, à frente da Dinamarca
Sistema preferido: 4-2-3-1
Estrela: Robert Lewandowski (Bayern Munich)
Jogador a seguir: Piotr Zielinski (Napoli)
Selecionador: Adam Nawalka
Odds 40-1
Tomasz Włodarczyk, Przeglad Sportowy
Colômbia
A Colômbia vai tentar repetir o que fez no Mundial 2014 no Brasil, quando chegou aos quartos de final, mas será mais difícil desta vez, porque não parte como cabeça de série. O que é uma indicação de como a qualificação não foi tranquila. «Foi muito dura», diz o selecionador José Pékerman: «Nunca tivemos uma situação em que tantos pontos separassem tantas equipas.» Há três fatores-chave a explicar as dificuldades da atual seleção da Colômbia: a necessidade de injetar juventude na defesa, a falta de continuidade das estrelas da equipa (James Rodríguez no Bayern Munique, Radamel Falcao no Mónaco e David Ospina no Arsenal) e a falta de opções para a frente. Pékerman joga com frequência em 4-2-3-1, mas tentou por vezes um sistema de 4-3-2-1 fora de casa. A Colômbia conseguiu os seus melhores resultados quando foi um pouco mais defensiva e compacta entre linhas, apostando em contra-ataques com velocidades e muito poucos passes.
Como se qualificou: 4º lugar na qualificação sul-americana atrás de Brasil, Uruguai e Argentina
Sistema preferido: 4-2-3-1
Estrela: James Rodríguez (Bayern Munique, emprestado pelo Real Madrid)
Jogador a seguir: Dávinson Sánchez (Tottenham Hotpsur)
Selecionador: José Pékerman
Odds 50-1
Senegal
Segunda participação no Campeonato do Mundo, depois de ter atingido os quartos de final na estreia, em 2002. Capitão dessa equipa treinada por Bruno Metsu, Alio Cissé é agora o selecionador e conseguiu o apuramento num grupo difícil, com Burquina Faso, África do Sul e Cabo Verde, ao moldar uma equipa forte em todos os setores.
A integração de M’Baye Niang numa linha ofensiva que já tinha Keita Balde (Mónaco) e Sadio Mané (Liverpool) permitiu jogar em 4x3x3, embora no jogo decisivo, com a África do Sul, a inclusão de Diafra Sakho (West Ham) tenha alterado a equipa para um 4x4x2.
Muito se espera de Mané, que tem sido a estrela da equipa nos últimos anos e comparado a El Hadji Diouf, o talismã de 2002. As lesões travaram o brilhante início no Liverpool, mas o jogador de 25 anos precisa de estar ao seu melhor nível na Rússia.
Como se qualificou: vencedor do Grupo D da zona africana, à frente do Burquina Faso
Sistema preferido: 4-3-3
Estrela: Sadio Mané (Liverpool)
Jogador a seguir: M’Baye Niang (Torino, emprestado pelo Milan)
Selecionador: Aliou Cissé
Odds: 150-1
Woury Diallo, Le Quotidien
Japão
A tradição aponta para um futebol de posse, mas o atual selecionador, Vahid Halilhodzic, pretende que a equipa aposte no contra-ataque. Esta mudança radical fez com que Keisuke Honda e Shinki Kagawa, duas das principais estrelas nipónicas, tenham deixado a equipa por não se adaptarem a esta nova filosofia. De momento também parece não existir vaga para Shinji Okazaki (Leicester), uma vez que Halilhodzic prefere jogar com um só avançado, capaz de segurar a bola. Estas escolhas, assim como o estilo do treinador, têm gerado constante debate no Japão.
Como se qualificou: 1º lugar no Grupo B da zona asiática, à frente da Arábia Saudita
Sistema preferido: 4-3-3
Estrela: Maya Yoshida (Southampton)
Jogador a seguir: Yosuke Ideguchi (Gamba Osaka)
Selecionador: Vahid Halilhodžić
Odds: 250-1
Akihiko Kawabata, Footballista.jp