Benfica: águia habituada a sofrer golos em momentos de descompressão

O triunfo sobre o Sp. Braga representou a ascensão do Benfica à liderança do campeonato, com mais um ponto do que o Sporting, que foi surpreendido pelo Rio Ave em Vila do Conde.

Os encarnados aproveitaram a derrota do rival e levaram a melhor sobre os arsenalistas por 3-1. Apesar da dupla boa notícia que o triunfo trouxe (três pontos e passagem para o topo da Liga), as águias voltaram a consentir um golo, algo que aconteceu pelo quinto jogo consecutivo: quatro para a Liga e um para a Champions.

Nos sete jogos oficiais realizados nesta temporada, a equipa de Rui Vitória só não sofreu golos em dois. Curiosamente nos dois primeiros, diante do Sp. Braga para a Supertaça (3-0) e frente ao Tondela (2-0), na abertura do campeonato.

Na última jornada, os encarnados estiveram perto de quebrar uma sequência de quatro partidas sempre a sofrer golos (um em cada), mas a equipa de José Peseiro empatou já em período de descontos num cabeceamento de Rosic na sequência de um pontapé de canto.

«Eventualmente houve alguma descompressão da equipa, por estar a ganhar por 3-0 e ter o jogo praticamente ganho. Não queremos sofrer golos e temos de retificar aqui e ali alguns aspetos. Ali, [a equipa] relaxou um bocadinho e aconteceu o golo», justificou Rui Vitória após o jogo.

Ainda que em contextos diferentes, este foi o segundo encontro consecutivo em que os encarnados sofreram golos para lá dos 90 minutos. Antes, contra o Besiktas, Talisca marcou de livre direto e deu o empate aos turcos no jogo de arranque da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Neste caso não pode falar-se em descompressão, mas é possível encontrar vários episódios semelhantes ao que ocorreu diante do Sp. Braga na passada segunda-feira desde que Rui Vitória chegou à Luz.

Na época passada, e só a contar em jogos para o campeonato, os encarnados sofreram golos para lá do minuto 90 em cinco jogos. Curiosamente, tal como agora, não houve perdas pontuais e as vantagens alcançadas davam margem para momentos de relaxamento.

Cinco dos 22 golos que a equipa de Rui Vitória sofreu em toda a campanha que terminou com a conquista do tricampeonato foram concedidos nos descontos, o que dá uma fatia de 23 por cento do total do bolo.

Recuando à época 2014/15, a última de Jorge Jesus de Jesus na Luz, as águias nunca consentiram golos nos descontos após construírem vantagens confortáveis. Mas por outro lado, consentiram duas das três derrotas no campeonato durante esse período.