Os números do Centro de Estudos da Universidade Lusófona demonstram que o equilíbrio foi a nota dominante na receção do Benfica ao Tottenham. A formação inglesa melhorou na etapa complementar e chegou a acreditar na reviravolta na eliminatória. Porém, os encarnados reagiram à ameaça.

Na primeira metade do encontro, o Benfica correu riscos na zona certa, ou seja, junto à área inglesa. Foi por ali que os encarnados registaram praticamente metade das perdas de bola. Aliás, para além dos 48 por cento de perdas de bola na Zona de Remate, destaque para os 26 por cento na Zona Ofensiva.

A equipa de Jorge Jesus demonstrava segurança nas transições e deixava as apostas de risco para terrenos a seguir ao meio-campo. Essa costuma ser uma das principais chaves para o sucesso. O Tottenham, por outro lado, teve uma percentagem de 10 por cento na Zona de Construção, ainda antes do meio-campo, e 30 por cento na Zona Média, junto ao grande círculo. Explicando: sentia dificuldades em sair a jogar.

Sem grande surpresa, o Benfica chegou ao intervalo em vantagem. Porém, tudo mudou na etapa complementar. A formação encarnada começou a perder bolas mais atrás (38 por cento na segunda parte, contra 26 na primeira) e o adversário começou a desenhar as suas jogadas com mais critério. Ou, pelo menos, sem tanta pressão por parte do Benfica.

Ao longo dos segundos quarenta e cinco minutos, o Tottenham melhorou consideravelmente os índices de perdas de bola nas Zonas Média e Ofensiva. Passou a chegar com grande regularidade às imediações da área de Jan Oblak e conseguiu mesmo marcar dois golos.

Tottenham rematou mais na Luz

De qualquer forma, o Benfica apresentou um nível interessante de recuperações de bola no meio-campo ofensivo (31 por cento contra 27 do Tottenham), números que se justificam pela pressão exercida na etapa inicial. O Tottenham ainda assustou mas, em período de descontos, Lima garantiu o empate e a qualificação para a próxima fase.

Os números demonstram ainda que a formação encarnada teve uma postura mais ativa neste segundo jogo. Recuperou mais bolas em zona ofensiva que no jogo realizado em Inglaterra, onde apresentou linhas mais baixas e teve um desempenho mais calculista.

A comparação com o encontro da primeira mão comprova ainda a melhoria do Tottenham. Em casa, a equipa de Tim Sherwoord não foi além de cinco remates contra oito do Benfica. Desta vez, em desvantagem na eliminatória, foi à procura da felicidade e saiu do Estádio da Luz com dez ensaios contra sete da formação encarnada.

Os lances de bola parada voltaram a ter influência no resultado final. O primeiro golo do Benfica surgiu num movimento de insistência, já fora deste enquadramento (Garay tinha subido no terreno na sequência de um pontapé de canto), mas Lima fechou a contagem na cobrança de um castigo máximo.

O Tottenham teve mais oportunidades para finalizar em lances de bola parada (8 contra 7 no total e 3 oportunidades contra 2) mas só conseguiu bater Jan Oblak de bola corrida, já na reta final do encontro na Luz. Não chegou para inverter o rumo da eliminatória.