O avançado-centro (ou ponta de lança) tal como o conhecíamos está em vias de extinção. O jogador cuja missão principal era finalizar quase todas as jogadas de ataque, acumulando golo atrás de golo, é aparentemente causa perdida. E sabemos isso quando duas das maiores potências mundiais, a Alemanha e a Inglaterra, desistiram dos nove tradicionais em detrimento de avançados com outras características. Quem não se lembra de Gerd Müller, Hrubesch, Karl-Heinz Rummenigge, Rudi Völler entre tantos outros famosos nomes da Mannschaft? E, na seleção dos três leões, de futebolistas como Lineker e Shearer? Ainda haverá jogadores com esse código genético?

«O número 10 é ainda o jogador que queremos que tenha a bola o mais possível, mas dele é agora esperado que marque golos além dos habituais passes de morte e de que crie algo a partir do nada. Se existe um número 9 como eu era na equipa, então é aquele a quem pedem para criar espaço para o número 10, para aguentar a bola para ele e dar-lhe jogo na área do rival, bem como oportunidades para marcar.»  
Alan Shearer , antigo striker da seleção inglesa e de Southampton, Newcastle e Blackburn, na sua coluna sobre o Mundial, no site da BBC

O goleador sabe, obviamente, do que fala. Marcou mais de 300 golos durante a carreira, divididos entre os três clubes representados e a seleção de Inglaterra. Shearer era o ponta de lança completo: rápido a executar, excelente sentido de oportunidade e bom remate, por vezes ainda antes de chegar à grande área. Era um finalizador. No entanto, nessa altura, dos fins da década de 80 até à primeira do novo século, não havia grandes dúvidas de que o objetivo deveria ser fazer chegar a bola num maior número possível de jogadas até ao seu 9. Aliás, os pontas de lança com poucos golos conseguidos acabavam por não durar muito tempo no mesmo sítio, uma regra que esteve em vigor até ao passado recente.



A culpa é do Barça e (duplamente) de Guardiola

O que mudou então no futebol? Não será uma resposta fácil, mas haverá certamente ligações ao longo domínio que o Barcelona teve a nível mundial, e que se entendeu no ano passado até ao Bayern com a contratação de Pep Guardiola para o banco. O
tiki-taka não só se construiu à volta de Xavi e Iniesta – Ronaldinho e Deco deixaram Camp Nou –, como também evoluiu de um Barça com Etoo (ainda presente na final da Liga dos Campeões de 2008/09) para um Barça com Messi como falso 9 (final da Champions de 2011). Já na última temporada, a chamada de Lahm para o meio-campo não foi a única alteração significativa no Bayern. Guardiola apostou várias vezes em Thomas Müller, que jogava sobretudo a partir das alas ou no meio no apoio ao avançado-centro, como opção forte para a posição 9. A transformação não estava completa, porque havia Mandzukic (e, por vezes, Pizarro), mas era um sinal para a seleção alemã, com Klose em final de carreira, e para todas as equipas que não tinham um 9 de grande talento nas suas fileiras.

Se olharmos para a tabela de melhores marcadores deste Campeonato do Mundo, numa altura em que avançamos para as meias-finais, é inevitável não mostrar surpresa com o líder: o 10 colombiano James Rodríguez, antigo jogador do FC Porto. E se contarmos os golos marcados, temos de atribuir 61 (em 158) assinados por futebolistas que passaram pela posição 9 durante o Mundial. E mesmo essa soma poderá estar sobrevalorizada, uma vez que somos praticamente obrigados a aí colocar os dois jogadores que fazem parte de sistemas com dois avançados, como o 3x5x2 ou o 4x4x2, por exemplo. Robben, porque jogou ao lado de Van Persie em quase todos os jogos, entra nesta contabilidade, embora saibamos que o companheiro é bem mais fixo na área. Mas o que fazer a Vargas e Alexis no Chile? Qual deles foi o 9? Provavelmente, nenhum, mas não faria sentido retirá-los daqui porque eram os homens mais adiantados das respetivas equipas. Ou seja, esse número baixo de golos apontados por pontas de lança poderia ser ainda mais negro. 61 em 158 golos dá uma percentagem de 39 por cento, reflexo da crise que a posição atravessa.


Mudança estrutural ou problema sazonal?

No Brasil, James Rodríguez é então o melhor marcador com seis golos. Jogou como falso (a partir da esquerda) e verdadeiro 10 (no centro do terreno) e tem mais dois golos que o primeiro 9 da lista, que é Thomas Müller. Mas o alemão é também um falso nove, um avançado que procura outros terrenos para se movimentar e abrir espaço para quem vem de trás: Özil, Götze, Schürrle, Podolski… Lembram-se das palavras de Shearer?

Messi e Robben, grandes figuras de Argentina e Holanda e os goleadores que se seguem na lista, não são, como se sabe, avançados-centro. A «Pulga» não joga na seleção da mesma forma que no Barcelona. Aparece bem mais de trás, como 10. Já o holandês corre por todos os terrenos do ataque, dependendo um pouco do sistema que Van Gaal utiliza, seja com dois homens (3x4x1x2) e ou três na frente (3x4x3).

Mas será este apenas um problema sazonal, por múltiplas lesões que ocorreram nos meses que antecederam o Campeonato do Mundo? Ao olharmos para a lista de indisponíveis, existe um nome que salta de imediato à vista: Radamel Falcao. O avançado colombiano, antigo jogador do FC Porto, é de facto a grande ausência quando pensamos em pontas de lança goleadores. Mas não há muito mais: Ribéry extremo, Walcott provavelmente também winger , Reus segundo avançado ou também jogador de ala; Van der Vaart e Thiago Alcántara médios ofensivos, alguns defesas e guarda-redes, como Valdés. 

Já por embirração dos selecionadores na hora de fazer a lista definitiva de 23 há outros nomes que poderiam levar uma conclusão diferente, como Giuseppe Rossi, Robinho ou Carlitos Tévez, mas a lista de avançados que podiam ser noves e foram proscritos também acaba aí.

O futebol parece mesmo ter mudado. Várias posições estão a perder parte das suas características e a ganhar outras. O 9 e o 10 são claros exemplos de uma nova filosofia.


Como foi no passado

Em 2010, Diego Forlán (Uruguai), Thomas Müller (Alemanha), Wesley Sneijder (Holanda) e David Villa (Espanha) foram os melhores marcadores na África do Sul com cinco golos. Quatro anos antes, Miroslav Klose (Alemanha) venceu o prémio também com cinco. Em 2002, Ronaldo (Brasil) marcou oito. Suker (Croácia) em 1998 fez seis, os mesmos que Stoichkov (Bulgária) e Salenko (Rússia) nos Estados Unidos, Schillaci (Itália) no Itália-90, Lineker no México-86, Paolo Rossi (Itália) no Espanha-82, Mario Kempes (Argentina) no Argentina-78. Lato (Polónia) assinou sete em 1974, Müller (Alemanha) dez em 1970, Eusébio (Portugal) nove em 1966. Seis jogadores dividiram o prémio com quatro golos no Chile, em 1962: Flórián Albert (Hungria), Vavá (Brasil), Garrincha (Brasil), Ivanov (URSS), Jerkovic (Jugoslávia) e Leonel Sánchez (Chile). Em 1958, na Suécia, Just Fontaine (França) conseguiu o recorde de 13 golos, batendo os 11 de Kocsis (Hungria) no Suíça-54. Ademir (Brasil) festejou oito no Brasil-50, Leônidas (Brasil) sete no França-38, Nejedly (Checoslováquia) cinco no Itália-34 e Stábile (Argentina) oito no Uruguai-30.

Os avançados-centro que se sagraram melhores marcadores de Campeonatos do Mundo foram, então, Guillermo Stábile, Leônidas, Ademir, Just Fontaine, Jerkovic, Vavá, Eusébio, Gerd Müller, Kempes, Rossi, Lineker, Schilacci, Salenko, Suker, Ronaldo, Klose, Villa e Forlán. Em 2010, Thomas Müller jogou como segundo avançado, tal como Stoichkov em 1994 e Albert e Sánchez em 1962. Garrincha, Ivanov e Lato eram extremos. Oldrich Nejedly e Kocsis jogavam como
inside-forwards em linhas de cinco atacantes, ou seja, bem ao lado do ponta de lança. Não há dúvida de que a maior parte dos golos das grandes equipas eram apontados por números 9.

2014: análise por seleção aos que fizeram de nove

Argélia – Slimani foi titular em três encontros (2 golos/1 assistência), Soudani jogou nessa posição na estreia (0 golos/0 assistências);

Argentina – Agüero foi titular no primeiro jogo estreia (0 golos/0 assistências), Higuain nos outros quatro (1 golo/0 assistências);

Austrália – Cahill foi titular nos primeiros jogos, mas viu dois amarelos e ficou castigado para a despedida frente à Espanha (2 golos, 0 assistências). Jogou Taggart (0 golos, 0 assistências);

Bélgica – Lukaku foi titular nos dois encontros iniciais, Mirallas jogou o terceiro na posição nove e Origi foi a escolha no onze inicial para os jogos a eliminar. Curiosamente, Lukaku e Origi marcaram um golo cada um em jogos que começaram no banco, respetivamente frente a Estados Unidos e Rússia.

Bósnia – Dzeko os jogou três jogos (1 golo, 0 assistências);

Brasil – Fred foi titular nos cinco jogos que o «Escrete» disputou. Marcou um golo aos Camarões, e sofreu o penálti polémico na estreia frente à Croácia (1 golo, 0 assistências). Jô, o seu suplente, ainda está em branco (0 golos, 0 assistências);

Camarões – Etoo, com problemas físicos, só esteve na primeira partida (0 golos, 0 assistências). Aboubakar foi titular nos outros jogos (0 golos, 0 assistências);

Chile – Alexis (2 golos, 1 assistência) e Vargas (1 golo, 2 assistências), muito móveis, não são noves. Mas têm de ser considerados como os homens-golo da Roja ;

Colômbia – Jackson Martínez (2 golos, 0 assistências) teria, aparentemente, conquistado o lugar na goleada ao Japão, mas nem entrou frente ao Brasil. Até aí jogava só Téo Gutiérrez (1 golo, 1 assistência) na frente e voltou a fazê-lo na eliminação perante a seleção anfitriã. Ramos e Bacca foram os outro avançados-centro utilizados, sem grande sucesso (0 golos, 0 assistências);

Costa Rica – Joel Campbell (1 golo, 1 assistência) foi um falso 9 nos cincos encontros que os «Ticos» tiveram pela frente. Ureña foi o seu suplente natural (1 golo, 0 assistências).

Costa do Marfim – Bony (2 golos, 0 assistências) teve direito à titularidade em duas partidas, Droga (0 golos, 0 assistências) numa.

Croácia – Mandzukic (2 golos, 0 assistências) falhou o primeiro jogo por castigo, mas foi titular nos outros dois. Frente ao Brasil, na estreia, jogou Jelavic (0 golos, 0 assistências).

Equador – no 4x4x2 do Equador, Enner Valencia (3 golos, 0 assistências) e Felipe Caicedo (0 golos, 0 assistências) foram os homens mais adiantados;

Inglaterra – Sturridge foi o 9 nos três encontros (1 golo, 0 assistências);

França – Benzema (3 golos, 2 assistências) jogou os cinco jogos. Giroud (1 golo, 1 assistência) também fez a posição com Benzema em campo em dois, descaindo o jogador do Real Madrid para o lado esquerdo do ataque;

Uruguai – Luis Suárez (2 golos, 0 assistências) fez dupla com Edinson Cavani (1 golo, de penálti, 1 assistência) em dois jogos, e esteve ausente no primeiro por lesão e no quarto por castigo, depois do célebre caso da mordidela a Chiellini;

Suíça – Drmic (0 golos, 0 assistências) jogou todos os jogos e em apenas um foi suplente de Seferovic (1 golo, 0 assistências), precisamente na goleada sofrida frente à França. O remate certeiro de Seferovic surgiu na condição de suplente utilizado, na reviravolta frente ao Equador;

Estados Unidos – Altidore (0 golos, 0 assistências) lesionou-se no primeiro frente ao Gana. Dempsey passou a ser o homem mais adiantado da equipa (2 golos, zero assistências). Julian Green (1 golo, 0 assistências) entrou para marcar frente à Bélgica;

Alemanha – Müller jogou os cinco jogos (4 golos, 2 assistências), Klose entrou em dois (1 golo, que lhe valeu recorde dos Mundiais, 0 assistências) e foi titular frente à França;

Gana – Gyan foi o 9 nos três jogos (2 golos, 1 assistência).

Grécia – as dificuldades físicas de Mitroglou entregaram primeiro a Gekas (0 golos, 0 assistências) o lugar de ponta de lança. Depois, acabou por ser Samaras (1 golo, de penálti, 1 assistência) o homem mais adiantado da seleção de Fernando Santos;

Honduras – Costly (1 golo, 0 assistências) e Bengston dividiram a zona de ataque da frágil seleção hondurenha;

Irão – Reza Ghoochanneijhad jogou os três jogos (1 golos, 0 assistências);

Itália – Balotelli (1 golo, 0 assistências) esteve nos três jogos, tendo, frente ao Uruguai, entrado Parolo (0 golos, 0 assistências) para o seu lugar ao intervalo. Nesse jogo, no 3x5x2 da Squadra Azzurra dividiu o eixo do ataque com Immobile (0 golos, 0 assistências);

Japão – Osako (0 golos, 0 assistências) e Okubo (0 golos, 0 assistências) dividiram a posição;

México – Ao lado de Giovanni dos Santos (1 golos, 0 assistências), apareceu Peralta como o finalizador por excelência (1 golo, 1 assistência). Chicharito (1 golos, 0 assistências) entrou sempre para o lugar de um ou do outro;

Holanda – Van Persie (3 golos, 0 assistências) é mais 9 que Robben (3 golos, 1 assistência), que jogou praticamente ao seu lado no Campeonato do Mundo. O avançado do Manchester United falhou o terceiro jogo por castigo;

Nigéria – Emenike (0 golos, 0 assistências) foi o homem mais adiantado nos quatro encontros, tendo jogado todos os minutos; 

Portugal – Paulo Bento apresentou três números 9 ao longo dos três jogos: Hugo Almeida (0 golos, 0 assistências), Hélder Postiga (0 golos, 0 assistências) e Éder (0 golos, 0 assistências);

Rússia – Kokorin (1 golos, 0 assistências) foi sempre o escolhido por Capello. Kerzhakov (1 golo, 0 assistências) entrou como suplente em dois jogos;

Coreia do Sul - Park Chu-Young (0 golos, 0 assistências) jogou dois jogos, Kim Shin-Wook (0 golos, 0 assistências) foi titular no terceiro. Lee Keun-Ho (1 golo, 0 assistências), Shin-Wook Kim (0 golos, 0 assistências) e Kim Bo-Young (0 golos, 0 assistências) também entraram para essa posição;

Espanha – Diego Costa (0 golos, 0 assistências) jogou dois jogos a titular, Fernando Torres (1 golos, 0 assistências) o último, depois de já ter sido antes suplente utilizado. O penáti sofrido frente à Holanda foi o melhor que o naturalizado conseguiu. David Villa, a jogar mais sobre a esquerda, fez um golo na despedida da
Roja.



Tabela dos marcadores:

6 GOLOS (1 jogador)
James Rodríguez (Colômbia)

4 GOLOS (3 jogadores)
Neymar (Brasil)
Messi (Argentina)
Thomas Müller (Alemanha)

3 GOLOS (cinco jogadores)
Robben (Holanda)
Van Persie (Holanda)
Benzema (França)
Enner Valencia (Equador)
Shaqiri (Suíça)

2 GOLOS (17 jogadores)
Cahill (Austrália)
Mandukic (Croácia)
Suarez (Uruguai)
Jackson Martinez (Colômbia)
Gervinho (Costa do Marfim)
Andre Ayew (Gana)
Clint Dempsey (Estados Unidos)
Perisic (Croácia)
Bony (Costa do Marfim)
Mussa (Nigéria)
Asamoah Gyan (Gana)
Slimani (Argélia)
Alexis Sánchez (Chile)
Bryan Ruiz (Costa Rica)
Djabou (Argélia)
Hummels (Alemanha)
David Luiz (Brasil)
Memphis Depay (Holanda)

1 GOLO (87 jogadores)
Oscar (Brasil)
Peralta (México)
Xabi Alonso (Espanha)
De Vrij (Holanda)
Valdivia (Chile)
Beausejour (Chile)
Vargas (Chile)
Aránguiz (Chile)
Armero (Colômbia)
Téo Gutiérrez (Colômbia)
Quintero (Colômbia)
Cavani (Uruguai)
Joel Campbell (Costa Rica)
Duarte (Costa Rica)
Ureña (Costa Rica)
Marchisio (Itália)
Sturridge (Inglaterra)
Rooney (Inglaterra)
Balotelli (Itália)
Honda (Japão)
Mehmedi (Suíça)
Seferovic (Suíça)
Ibisevic (Bósnia)
Brooks (Estados Unidos)
Feghouli (Argélia)
Fellaini (Bélgica)
Mertens (Bélgica)
Keun-Ho Lee (Coreia do Sul)
Kerzhakov (Rússia)
Jedinak (Austrália)
Olic (Croácia)
Giroud (França)
Matuidi (França)
Sissokho (França)
Valbuena (França)
Dzemaili (Suíça)
Xhaka (Suíça)
Costly (Honduras)
Goetze (Alemanha)
Klose (Alemanha)
Odemwingie (Nigéria)
Origi (Bélgica)
Halliche (Argélia)
Brahimi (Argélia)
Heung-Min Son (Coreia do Sul)
Ja-Cheol Koo (Coreia do Sul)
Nani (Portugal)
Jones (Estados Unidos)
Varela (Portugal)
Fer (Holanda)
Fernando Torres (Espanha)
David Villa (Espanha)
Juan Mata (Espanha)
Fred (Brasil)
Fernandinho (Brasil)
Matip (Camarões)
Rafael Marquez (México)
Guardado (México)
Javier Hernández (México)
Godín (Uruguai)
Cuadrado (Colômbia)
Okazaki (Japão)
Samaris (Grécia)
Samaras (Grécia)
Rojo (Argentina)
Dzeko (Bósnia)
Pjanic (Bósnia)
Vrsajevic (Bósnia)
Ghoochannejhad (Irão)
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Vertonghen (Bélgica)
Kokorin (Rússia)
Giovani dos Santos (México)
Wesley Sneijder (Holanda)
Huntelaar (Holanda)
Sokratis (Grécia)
Pogba (França)
Schürrle (Alemanha)
Özil (Alemanha)
Di María (Argentina)
De Bruyne (Bélgica)
Lukaku (Bélgica)
Julian Green (Estados Unidos)
Thiago Silva (Brasil)
Higuain (Argentina)

* A negro os pontas de lança

Registaram-se ainda cinco autogolos.