O mercado de inverno deste mês de janeiro foi anormalmente pobre.

Bem vistas as coisas, é isto que fica no dia 1 de fevereiro. A generalidade dos clubes gastou menos do que é habitual e os empréstimos foram o tipo de negócio preferido na maior parte das vezes.

A prova disso é que gigantes como o Manchester City (5,9 milhões de euros), o Barcelona (3 milhões), Arsenal (2,5 milhões), a Juventus (600 mil euros), o Liverpool (zero), o Tottenham (zero), o Manchester United (zero) e o Nápoles (zero) gastaram todos abaixo dos seis milhões.

Mesmo o Bayern Munique (10 milhões) e o Inter Milão (8 milhões) não ultrapassaram um valor francamente baixo para o que costuma ser normal neles.

A maior transferência deste mercado, aliás, não vai concretizar-se para já: Christian Pulisic assinou pelo Chelsea a troco de 64 milhões de euros, numa transferência que só vai efetivar-se a partir da próxima época. Até 30 de junho, o norte-americano mantém-se no Borussia Dortmund.

De resto, e para além de Pulisic, há dois negócios de 40 milhões de euros, sendo que um na realidade foi feito no verão, mas efetivado agora: o Guangzhou Evergrande garantiu Paulinho junto do Barcelona em julho, na altura por empréstimo até final do ano, com opção de compra que exerceu neste mês de janeiro.

O outro negócio de 40 milhões foi do milionário PSG, que pagou esse valor pelo argentino Leandro Paredes, que chegou do Zenit. Esta foi aliás a única contratação do clube parisiense neste mês.

Também no mercado português se notou a ausência de grandes contratações. O Benfica, por exemplo, não contratou ninguém: adquiriu apenas dois jovens para a equipa B. O FC Porto contratou Loum por empréstimo, Pepe a custo zero, Fernando Andrade por 1,5 milhões de euros e Wilson Manafá, neste caso apenas metade do passe.

O Sporting acabou por ser o clube que comprou mais jogadores, tendo também a transferência mais cara em Portugal: Idrissa Doumbia custou 4,3 milhões de euros. Cristian Borja custou 3,1 milhões de euros e Luiz Phillype custou 500 mil euros. Feitas as contas, a SAD leonina pagou praticamente oito milhões de euros, sendo necessário acrescentar ainda Tiago Ilori, Gonzalo Plata e Luís Neto (este numa transferência válida a partir de julho), para além de outros jogadores para o plantel sub-23.

Maiores transferências deste mercado:

1. Christian Pulisic (do Borussia Dortmund para o Chelsea) – 64 milhões
2. Leandro Paredes (do Zenit para o PSG) – 40 milhões
3. Paulinho (do Barcelona para o Guangzhou Evergrande) – 40 milhões
4. Lucas Paquetá (do Flamengo para o Milan) – 35 milhões
5. Krzysztof Piatek (do Génova para o Milan) – 35 milhões
6. Miguel Almirón (do Atlanta para o Newcastle) – 24 milhões
7. Dominique Solanke (do Liverpool para o Bournemouth) – 21 milhões
8. Jonny Castro (do At. Madrid para o Wolverhampton) – 20,5 milhões
9. Talisca (do Benfica para o Guangzhou Evergrande) – 19 milhões
10. Amadou Haidara (do RB Salzburgo para o Leipzig) – 19 milhões
11. Brahim Diaz (do Manchester City para o Real Madrid) – 17 milhões

Ora no meio disto tudo, interessa perguntar: mas afinal quem gastou mais? A resposta é o Chelsea. O clube inglês pagou 73 milhões de euros, todos eles em dois jogadores. Um deles, já se sabe, só vai ser reforço em julho: Pulisic custou 64 milhões de euros. Os restantes nove milhões foram pagos pelo empréstimo de Higuaín, que deixou o Milan para tentar o campeonato inglês.

Depois do Chelsea, e muito perto dele, ficou o Milan, que pagou 35 milhões por Paquetá e Piatek, o que dá um total de 70 milhões de euros. O Guangzhou Evergrande está em terceiro lugar, sendo que o mercado na China ainda não fechou: o gigante da China pagou 40 milhões por Paulinho, 19 milhões por Talisca e um milhão por Roberto Siucho. No total, 60 milhões de euros.

O PSG ficou no quarto lugar, com 40 milhões de euros gastos em Leandro Paredes, surgindo o surpreendente Bournemouth no quinto posto deste ranking, com um gasto de 34 milhões de euros em dois jogadores: Dominic Solanke, do Liverpool, custou 21 milhões e Chris Mepham, do Brentford, custou 13,6 milhões de euros.

Curioso é que no sétimo lugar desta lista aparece o Stoke City, que gastou 24 milhões de euros neste mês de janeiro, segundo dados do Transfermarkt, sendo que o Stoke é um clube da II Liga Inglesa e ocupa o 15º lugar, muito longe das posições de luta pela subida à Liga Inglesa.

Clubes mais gastadores no mercado de janeiro:

1. Chelsea: 73 milhões de euros
2. Milan gastou 70 milhões de euros
3. Guangzhou Evergrande, 60 milhões de euros
4. PSG: 40 milhões de euros
5. Bournemouth: 34 milhões de euros
6. Newcastle: 25 milhões de euros
7. Stoke City: 24 milhões de euros
8. Fiorentina: 23 milhões de euros
9. Wolverhampton: 20 milhões
10. Leipzig: 19 milhões de euros
11. Galatasaray: 17 milhões de euros

Relativamente aos clubes que mais dinheiro encaixaram com vendas, destaque para o Benfica. A SAD encarnada posiciona-se no sexto lugar entre os clubes que mais dinheiro fizeram neste mercado, somando cerca de 28 milhões de euros: 19 milhões com Talisca, sete milhões com Castillo e pouco mais de dois milhões com o empréstimo de Ferreyra.

No primeiro lugar deste grupo fica o Borussia Dortmund, que com a venda de Pulisic encaixou 64 milhões de euros. Segue-se o Barcelona, no segundo lugar, graças às transferências de Paulinho para o Guangzhou Evergrande (40 milhões), Munir para o Sevilha (um milhão) e o empréstimo de Denis Suárez (2,5 milhões para o Arsenal).

O Zenit somou 40 milhões com a venda de Leandro Paredes para o PSG, o que coloca no terceiro. Já o Génova e o Flamengo fecham o top-5 com uma faturação de 35 milhões, também eles com apenas uma venda e sempre para o Milan: o Génova transferiu Piatek e o Flamengo transferiu Lucas Paquetá.

Clubes que mais dinheiro encaixaram com vendas:

1. Borussia Dortmund: 64 milhões
2. Barcelona: 43,5 milhões
3. Zenit: 40 milhões
4. Génova: 35 milhões
5. Flamengo: 35 milhões
6. Benfica: 28 milhões de euros
7. Empoli: 25,5 milhões
8. Boca Juniors: 25,5 milhões
9. Liverpool: 21,2 milhões
10. At. Madrid: 20,5 milhões
11. Galatasaray: 20 milhões