O Grêmio venceu a Taça Libertadores ao fim de 22 anos e no meio da festa estavam pelo menos duas caras conhecidas do futebol português. Um deles é o capitão Geromel, mas não o vemos nesta imagem. Por causa do outro, Bruno Cortez. Benfica, 2013, quem se lembra?
A Taça Libertadores está lá atrás, escondida. A que vemos em primeiro plano, empunhada por Bruno Cortez, é um dos troféus individuais entregues a outro jogador após a final com o Lanús. Estava tão eufórico que nem percebeu que estava, como se diz no Brasil, a roubar a cena.
Aqui, noutro ângulo, lá se vê o ex-vimaranense Pedro Geromel, lá atrás.
Depois daquilo Bruno Cortez pediu desculpa. «Esse momento foi maravilhoso, mas eu quero pedir desculpas para o meu amigo Geromel, porque naquele momento ali, na hora que ele levantou a taça, eu levantei no rosto dele. Então, desculpas ao meu capitão do tri. Mas foi um momento de muita felicidade, muita alegria por estar vivendo», disse em declarações ao «Globoesporte».
Era um momento de alegria imensa para todos os gremistas e muito especial para Cortez. As voltas que ele deu para aqui chegar. E quem diria, quem o viu na Luz naquele penoso início de época.
Cortez foi uma das muitas contratações do Benfica para a lateral-esquerda. Naquela época havia também Sílvio, mas no defeso chegou também aquele defesa brasileiro cedido pelo São Paulo. Era o 14º lateral-esquerdo contratado na era Jorge Jesus na Luz.
Cortez foi aposta de início, mas cedo deu para perceber que a solução não estava ali. Muitos recordarão ainda uma exibição perturbadora no dérbi com o Sporting, em Alvalade, ainda em agosto. Percebeu também o Benfica, que arranjou maneira de contratar Siqueira no último dia de mercado. E Cortez já nem foi inscrito na Liga dos Campeões.
Sairia em dezembro, já não voltou das férias de Natal. Foi-se embora sem mágoa. E confiante. «Vou dar que falar em 2014», dizia, defendendo que não se tinha adaptado ao esquema tático de Jorge Jesus e acreditando que deixava portas abertas.
2014 não foi afinal um grande sucesso. Ficou sem jogar até abril, altura em que foi de novo cedido pelo São Paulo ao Criciúma.
Na temporada seguinte mudou-se para bem longe. Albirex Niigata, no Japão. Primeiro por empréstimo, depois em definitivo.
Até que a vida de Cortez mudou, no final do ano passado. Decidido a voltar ao Brasil, recebeu um contacto de Léo Moura, a falar-lhe da hipótese de ir para o Grémio. Foi mesmo e foi-se afirmando na equipa. Fez 44 jogos esta época, tem a Libertadores no bolso e vai jogar o Mundial de clubes. As voltas que Cortez deu.