Wigan, 15 de janeiro de 2006. Visto a esta distância, há pouco de positivo para recordar dessa temporada do West Bromwich Albion. Afinal de contas, o conjunto da região de West Midlands acabou por ser despromovido ao segundo escalão do futebol inglês. Mas naquele início de tarde houve um intervalo na crise.
Já no tempo de compensação, o WBA tentava segurar a magra vantagem de 1-0 e sobreviver, em inferioridade numérica, ao assalto final da equipa da casa. Uma bola despejada para a zona do segundo poste, para onde se dirigia Tomasz Kuszczak, acabou por dirigir-se para o primeiro poste, onde Jason Roberts, com a baliza escancarada, só tinha de confirmar um golo fácil.
O internacional granadino empurrou para a baliza, mas o guarda-redes polaco, soberano, recuperou a baliza, voou da direita para a esquerda e formou uma autêntica muralha humana para travar o remate à queima-roupa do avançado do Wigan.
Com essa defesa, Kuszczak segurou aquela que seria a primeira e única vitória fora de portas alcançada pelo West Bromwich Albion nessa temporada para a Premier League.
Veja o momento a partir dos 2m25s:
Ao contrário do WBA, que desceu ao Championship, o guardião, na altura com 23 anos, deu um salto de gigante no final da época, ao transferir-se para o Manchester United de Sir Alex Ferguson e onde Cristiano Ronaldo começava a afirmar-se como um dos melhores jogadores do Mundo.
Tomasz Kuszczak estaria cinco anos nos «red devils» Com espaço limitado por causa de Edwin van der Sar, foi utilizado esporadicamente em cada uma delas, tendo chegado nesse período à seleção da Polónia.
Artigo publicado originalmente às 23:49 e 28-01-2019)
Outras anatomias:
Quando Tim Howard parou o tempo em Goodison Park
Peter Schmeichel, 26 anos depois de Gordon Banks
Bogdan Lobont: o romeno que se travestiu de Schmeichel em San Siro
A dupla-defesa impossível de Coupet em Camp Nou
San Casillas repete o milagre dois anos depois no Sánchez Pizjuán
David Seaman a puxar a cassete atrás à beira dos 40 anos
Buffon mostra aos 20 anos os primeiros poderes de super-homem
Esqueçam o líbero, este é o Neuer de entre os postes e é do melhor que há
Holandês voador que realmente sabia voar só mesmo Van der Sar
Só Petr Cech é mais rápido do que um pensamento
Dasaev: uma cortina de ferro no último Mundial romântico
Camp Nou, agosto de 2011: a prova que Valdés era tão bom como os melhores
Ubaldo «Pato» Fillol, 1978: o voo que segura a Argentina no Mundial dos papelinhos
Dida: o voo para a eternidade do primeiro grande goleiro
Chilavert: o salto do Bulldog que nega o último golo a Maradona
Szczesny: o penálti a dois tempos que cala de vez Arsène Wenger
Ter Stegen: o grito «sou o nº1» numa meia-final da Champions
A tripla de Oblak, três muros levantados à frente da baliza do Atleti
De Gianluigi para Gianluigi, o rasto de gelo de Donnarumma que faz escorregar o Nápoles
A defesa da vida de Dudek que alicerçou uma reviravolta histórica
O milagre de Montgomery em Wembley'73
Quando o eterno Preud'Homme voou para travar Batistuta na Luz