10 de outubro de 2001, jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
O Barcelona de Carlos Rexach irá vencer o Olympique Lyon por 2-0, com remates certeiros do holandês Patrick Kluivert e do brasileiro Rivaldo, este de grande penalidade, e ambos já na parte final da partida. A vitória culé é o que fica da história do encontro, mas está longe de ser a imagem mais forte.
Essa é indiscutível, está neste vídeo:
Grégory Coupet é o guarda-redes do emblema francês e o protagonista do grande momento da noite nesse palco incrível. Trata-se de uma dupla-defesa, talvez a melhor de todos os tempos. E para muitos impossível, mas não para ele, e não nessa noite.
A bola vem do central brasileiro Caçapa, que tenta o atraso. Só que sobe demasiado e ameaça passar por cima do guardião, que, não sendo muito alto (1,81m), ainda consegue defender mesmo assim de cabeça contra a trave. Coupet está a levantar-se, já para lá da linha de golo, e já salta Rivaldo para cabecear de cima para baixo.
É aqui que sobressai uma das grandes qualidades atléticas do futebolista, a capacidade de reação entre os postes. Há um misto de adivinhação e de fé, lança-se para a sua direita e volta a defender em cima da linha. Inacreditável!
Grégory Coupet é um dos melhores guarda-redes franceses no início do novo século. Está dez épocas no Lyon, depois de quatro passadas no Saint-Étienne. Custa 1,5 milhões de euros ao Atletico de Madrid, mas não se impõe no Vicente Calderón, onde tem de lutar pelo lugar com Leo Franco, colchonero há quatro anos.
Os jogos com o Barça voltam a pesar, desta vez negativamente, e não resiste a três derrotas frente aos catalães que tanto arreliou em 2001. Sobretudo, ao atropelamento em Madrid (1-6).
Em 2009 transfere-se para o Paris Saint-Germain, mas os primeiros tempos não são fáceis. Lesiona-se com gravidade e só volta a ser titular em 2010/11, a última época da sua carreira.
É 34 vezes internacional entre 2001 e 2008, vence a Taça das Confederações em 2001 e 2003 e é chamado para as fases finais dos Campeonatos do Mundo de 2002 e 2006, e do Euro-2004, sem jogar um único encontro. Despede-se dos Bleus no Euro-2008, depois de a França ter caído na primeira fase.
Não tendo sido um fora da série, não restam dúvidas de que esta dupla-defesa com assinatura é irrepetível. Pura magia!
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