A um dia do arranque daquela que será uma das competições mais importantes da história do andebol português, o selecionador nacional Paulo Jorge Pereira sublinha a importância de vencer a Tunísia no primeiro jogo, marcado para as 17h30 desta sexta-feira.

«Vai ser um jogo extremamente importante. Os jogadores jogam todos na Tunísia, o que lhes permite trabalhar de forma diferente, parar o campeonato e trabalhar em função do que querem para a seleção. Nós teremos que fazer com que as coisas boas que também temos surtam efeito no jogo. Temos de ser superiores em termos táticos e ter uma vontade e compromisso enorme», disse, em conferência de imprensa virtual.

O selecionador nacional garante que apesar do lado emocional frágil que a morte de Alfredo Quintana criou no seio do grupo, sente todos prontos para o desafio.

«Estamos preparados, dentro do que foi o contexto de preparação desta missão tão difícil. Apesar de todas as dificuldades, estamos preparados. Nada foi normal nesta preparação, mas com as devidas adaptações, estamos prontos», assegura.

Depois do jogo com a seleção magrebina Portugal ainda terá pela frente a Croácia, vice-campeã europeia em título, e a França, quarta classificada do Mundial que se disputou em janeiro e que é a seleção mais titulada da última década.

Ainda assim, e apesar de a Tunísia ser, teoricamente, o adversário menos cotado dos que Portugal vai defrontar em três dias consecutivos, Paulo Jorge Pereira sublinha que será essa a partida a dar o mote para o que se seguirá depois no pré-olímpico.

«O primeiro jogo é sempre importante. Daí estarmos mais atentos a este jogo, que pode definir como vamos poder lutar pelo acesso a este sonho», acrescentou, elogiando o trabalho dos seus jogadores, apesar desta competição surgir numa altura em que a perda de Alfredo Quintana ainda está muito presente.

«É preciso ver como vamos reagir ao primeiro jogo. Acho que as coisas nos podem correr bem. E pouco a pouco todos estão a encontrar o caminho a seguir e a mostrar que podem ter uma entrega forte no jogo», sublinha.

O líder dos ‘Heróis do Mar’ assume que na teoria a França poderá ter algum favoritismo para conquistar uma das duas vagas em disputa, mas acredita que tudo pode acontecer.

«Teoricamente, a França devia ser favorita. Mas a Croácia pode perfeitamente ganhar à França já no primeiro jogo. Por isso a análise terá de ser feita depois da primeira jornada. Pode parecer uma loucura tentar ganhar os três jogos. É uma coisa para ir gerindo jogo a jogo», defende.

O jogo com a seleção gaulesa será aquele que encerrará a competição para Portugal que, recorde-se, foi afastado do Mundial devido à derrota com os franceses.

Do jogo de janeiro no Mundial do Egipto, Paulo Jorge Pereira enaltece que a principal aprendizagem tem de ser a capacidade para não desistir demasiado cedo.

«Aprendemos que se não formos eficazes a finalizar fica mais difícil ganhar a seleções deste nível. Faltou-nos alguma sorte e também e desistimos cedo de lutar pelo jogo. Estávamos a perder por três ou quatro e já não havia força para lutar. Não podemos desistir logo do jogo», receita.