André Martins. Assim de repente o nome não lhe deve dizer muito. Mas é bem possível que no futuro passe a fazer parte da história do futebol nacional. André Martins é um avançado, natural de Gasparões, no distrito de Beja, formado no Despertar de Beja e que em breve pode tornar-se o primeiro português a jogar a Taça Libertadores, a mais importante competição de clubes da América do Sul.
Pelo menos foi essa a garantia que teve dos dirigentes do Caracas F.C., clube campeão da Venezuela com quem André Martins acabou de assinar contrato. «Um chefe da empresa fez a consulta e chegou à informação que eu sou o primeiro», diz em conversa com o Maisfutebol. «É um sentimento especial e um grande orgulho, claro.»
«Estou ansioso para que chegue Janeiro e comece a Libertadores», frisa. «Somos uma equipa com aspirações e espero ser fundamental na competição. A nossa vontade é fazer melhor do que no ano passado, quando o Caracas F.C. foi eliminado nos quartos-de-final pelo Grémio. Queremos chegar às meias-finais e ser uma das quatro melhores.»
Do Belenenses à Naval, da Naval ao México
Mas voltando atrás, ao início da história, convém saber quem é este desconhecido. «Fiz a minha formação no Despertar de Beja, Belenenses e Naval. Passei a sénior na Figueira e fiz alguns jogos na equipa principal com Manuel Cajuda. Antes já tinha sido chamado ao plantel sénior do Belenenses em alguns treinos com Carlos Carvalhal», conta.
Seguiu-se meio ano na equipa de reservas do Fulham (Inglaterra) e outro meio no Vidima-Rakovski (Bulgária). Em 2008, na última temporada, deu o salto por cima do Atlântico. Para o México. Para a região de Chiapas, a mais pobre do país. «Surgiu através de um empresário que apresentou o meu material ao Jaguares», conta.
Um ponta-de-lança que também pode ser número 10
No Jaguares, na pequena cidade de Tutxla Gutierrez, André Martins marcou oito golos jogando como número 10. «Habitualmente sou utilizado como ponta-de-lança ou como segundo avançado, mas sinto-me confortável em qualquer posição do ataque», diz. «O Jaguares é um clube bem estruturado. Foi uma boa experiencia e permitiu-me evoluir.»
Evoluiu até se transferir para o Caracas, com o sonho de jogar na Taça Libertadores. «É o clube mais ganhador da Venezuela e de valor reconhecido na América do Sul. Na temporada passada chegaram aos quartos de final da Libertadores», insiste. «É decacampeão da Venezuela e é o principal favorito a ser novamente campeão.»