15 anos valem por muito tempo, muitas emoções fortes e momentos marcantes para a memória coletiva dos adeptos. E, claro, também para os jornalistas que têm o privilégio de poder testemunhá-los mais de perto. Por isso, em edição de aniversário decidimos pedir aos jornalistas do
Maisfutebol que escolhessem os marcos que, em sua opinião, pontuam estes 15 anos de forma mais inapágavel.
Como categorias, optámos pelos factos mais marcante, no plano nacional e internacional. Seguimos o mesmo modelo para o jogador – português e estrangeiro – e também para o treinador. E terminámos com um pedido mais ambicioso: a escolha do melhor onze de portugueses e de estrangeiros, em atividade desde que há Maisfutebol. Houve algumas unanimidades, mas também espaço para algumas escolhas surpreendentes. Veja as escolhas, categoria por categoria:
Facto nacional dos últimos 15 anos: Euro-2004
Mais de metade da redação destacou aquele mês de festa em que, usando as palavras inspiradas de Jorge Valdano, todos os dias eram domingo. Mesmo sabendo que o final não foi propriamente feliz, e que a herança, com vários estádios ao abandono e sem utilidade à vista, possa agora parecer mais discutível do que há onze anos. O facto, incontornável, é que o panorama do futebol português mudou de forma drástica com o Europeu, e essa mudança foi, para a maioria da redação, a herança mais marcante destes anos.
Em paralelo com esta escolha, houve quem destacasse um momento mais preciso: a
derrota de Portugal na final com a Grécia.
O
título europeu do FC Porto, também em 2004, também mereceu votos múltiplos, tanto pela consagração em si como pelo facto de representar o virar de uma página: foi a última vez que uma equipa exterior às quatro grandes Ligas (Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália) ergueu o troféu.
Por fim, houve espaço para votos mais «exóticos», como a referência ao
título de campeão do Boavista, em 2001, ou para a final europeia
perdida pelo Sporting em sua própria casa, em 2005.
Facto internacional dos últimos 15 anos: Made in Catalonia
A escolha dos redatores do
Maisfutebol para o facto mais relevante sucedido além fronteiras nestes 15 anos dividiu-se por duas faces da mesma moeda: metade sublinhou a inédita tripleta de títulos conseguida pela seleção espanhola com dois títulos europeus em
2008 e
2012, intercalados por uma
coroa mundial em 2010.
A outra metade foi para a versão clube desse estilo, personalizado do
domínio do Barcelona no futebol europeu de clubes, em especial a partir do momento em que Pep Guardiola chegou ao comando.
Votos diferentes contemplaram a goleada aplicada pela
Alemanha ao Brasil, na meia-final do último Mundial, a tripla conseguida pelo
Inter, em 2009/10, com José Mourinho ao comando e ainda, como facto genérico, o início da
era dos magnatas no futebol europeu, com Roman Abramovich no Chelsea como símbolo maior.
Figuras nacionais: unanimidade em redor de Mourinho e Cristiano
Se a escolha dos factos ainda permitiu alguma diversidade de opiniões, já a escolha das figuras não fugiu à unanimidade: para os redatores do
Maisfutebol como, acreditamos, para grande parte dos leitores, os nomes que dominaram os nossos primeiros 15 anos dividem-se por um treinador papa-títulos e por um jogador predestinado para o golo.
De
José Mourinho, já se lembrou por várias vezes o percurso, que até passou pela colabroação com o
Maisfutebol desde os primeiros dias, como
cronista convidado, depois como protagonista das primeiras manchetes, no Benfica, no U. Leiria e no FC Porto, até passar a ser propriedade global, com polémicas e conquistas em
Inglaterra, Itália e Espanha num
percurso praticamente sem pausas.
No que se refere a jogadores, a escolha também foi unânime, e nem se pode dizer que tenha sido por falta de concorrência valiosa: os 15 anos de existência do
Maisfutebol coincidem com uma abundância de talentos de primeiro nível no futebol português, com
Figo, Rui Costa, João Pinto, Deco e Vítor Baía como expressões maiores. Mas depois destes, a partir de 2003, no seu aparecimento na primeira equipa do Sporting, é indiscutível que
Cristiano Ronaldo alcançou uma projeção sem paralelo, expressa no número de recordes e títulos, individuais e coletivos e na voracidade competitiva, que nasceu em Alvalade
se desenvolveu em Old Trafford
e explodiu em Madrid
sempre com a seleção como ponto de retorno, em seis fases finais de grandes competições:
... e para Messi e Guardiola também
Se foram unânimes as escolhas para as figuras nacionais dos primeiros 15 anos do
Maisfutebol o mesmo se aplica para as suas congéneres estrangeiras:
Lionel Messi é o indiscutível protagonista dos relvados desde que se mostrou pela primeira vez ao grande público, em 2003, no estádio do Dragão. A inacreditável quantidade de prodígios com que presenteia os adeptos de futebol quase todas as semanas, tem sido, no caso português, apimentada pela rivalidade com Cristiano Ronaldo nos relvados espanhóis, e que tem otenciado os respetivos talentos a níveis inimagináveis. Sendo indiscutível que Messi está já no patamar dos melhores de sempre, talvez só quando chegar ao fim da carreira seja possível apreender a dimensão irreal do seu percurso no Barcelona (mais) e na Argentina (menos). Ainda falta muito para lá chegarmos, felizmente para quem gosta de bola. Mas é o suficiente para que a redação do
Maisfutebol o considere um jogador sem rival neste percurso de 15 anos.
E, tal como sucede com José Mourinho, a nossa escolha para treinador internacional não oferece dúvidas, isto apesar de um nome como Alex Ferguson, por exemplo, ter dominado boa parte do nosso período de existência. Mas
Pep Guardiola é um caso à parte, não apenas pelo que ganhou, mas também pela forma como o fez, transformando cada atuação das suas equipas – primeiro o Barcelona, depois o Bayern – numa aplicação prática de princípios teóricos que tornam o futebol um jogo mais interessante. Nada mais justo, por isso, do que distinguir em conjunto técnico e jogador, criador e criatura, como no recente encontro entre ambos, na meia-final da Liga dos Campeões, Bayern-Barcelona:
O nosso onze ideal de portugueses
Um total de 23 jogadores mereceram votos da redação do
Maisfutebol para o melhor onze português 2000-2015, mas três de entre eles foram escolhas unânimes. Sem surpresas,
Luís Figo e
Cristiano Ronaldo, os Bolas de Ouro portugueses do novo milénio, estão em todas. Talvez menos óbvia, mas nem por isso menos merecida, a unanimidade em relação a
Ricardo Carvalho, o melhor central português – e não só... - da sua geração. Sem unanimidade, mas quase, estiveram vários dos seus companheiros de equipa, com um único lugar, o de terceiro médio, atrás de Deco e Rui Costaa ser alvo de votação cerrada.
O nosso onze de estrangeiros
Mais acesa e aberta a discussão foi a escolha do melhor onze internacional 2000-2015, que a exemplo do sucedido com o português, teve três escolhas unânimes: além do incontornável
Messi, também
Xavi e
Zidane mereceram os votos de toda a redação. Já outras posições tiveram discussão ao sprint. Veja como ficou o quadro final:
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5 jun 2015, 09:45
15 anos de Maisfutebol: as escolhas da redação
Do Euro-2004 a CR7, passando por Messi, Guardiola e muito mais...
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