Quem defende um 0-0, durante 90 minutos, num estádio como o Emirates, frente a uma equipa como o Arsenal? Jesualdo e os jogadores do F.C. Porto já perceberam e espalharam a mensagem. Nesta terça-feira, para chegar aos quartos da Liga dos Campeões, é quase vital marcar.
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O hino nacional serve de mote para o representante de Portugal na Liga dos Campeões. Gunners são canhões, em bom português. Portanto, contra os canhões, marcar, marcar!
O F.C. Porto já visitou Inglaterra por 13 vezes. E em todas elas, todas mesmo, sofreu golos. Se a história é boa conselheira, diz simplesmente isto: não é boa política esperar pelo nulo, suficiente para segurar a magra vantagem de 2-1 no Dragão. Com 1-0, no primeiro ou no último minuto, o Arsenal apura-se.
«Sabemos que temos de fazer golos», anuncia Jesualdo Ferreira. «O Arsenal vai entrar forte para tentar marcar nos primeiros minutos, mas nós também vamos entrar de forma muito forte para marcar um golo cedo», complementa Ruben Micael. É esse o espírito.
O peso dos números
Nada como recuperar os números, para defender a tese. Nem sempre o F.C. Porto ficou pelo caminho. Mas resistir ao poderio ofensivo de uma armada inglesa, em Terras de Sua Majestade, é tarefa hercúlea. E inusitada, no registo dos dragões.
O Wolverhampton lançou o aviso em 1974 (3-1), tal como o Tottenham em 1991 (3-1). Os grandes de Inglaterra ampliariam a marca: Liverpool (2-0 e 4-1), Chelsea (3-1, 2-1 e 1-0), Manchester United (5-2, 4-0, 1-1 e 2-2) e este mesmo Arsenal, já no Emirates Stadium (4-0 e 2-0).
O F.C. Porto perdeu 11 dos 13 jogos em Inglaterra, empatando dois. Nunca venceu. Isso poderá nem ser preciso. Seria importante, sobretudo, dobrar a parada para o Arsenal, marcar e voltar a provar que o Dragão reúne forças em cenários de anunciada hecatombe.
Corunha: a excepção na fase a eliminar
Há mais história a jogar contra o F.C. Porto. Com apenas uma excepção, a tradição diz, também, que o F.C. Porto sofre sempre golos fora, depois de passar a fase de grupos.
De facto, desde que a Liga dos Campeões foi criada, em 1992, os dragões já jogaram na condição de visitantes, em fase adiantada da prova, nos terrenos de Barcelona, B. Munique, Man. United, Lyon, Inter, Chelsea, Schalke e At. Madrid. Em todos eles sofreram golos. A excepção foi na Corunha. Em 2004, o F.C. Porto venceu por 0-1 e carimbou o passaporte para a final de Gelsenkirchen.
Fabregas verga ao peso de Hulk
Ouro sobre azul. O motor de arranque do Arsenal gripou. Fabregas, o homem mais temido dos portistas, falha o encontro. A batuta passa para Nasri, franco-argelino como Zidane, talento nos pés e coração perto da boca. Desta vez, não haverá Fabianski.
No F.C. Porto, Jesualdo conta esporadicamente com Hulk, limitado agora à Europa. Varela marcou na primeira mão e jogou em part-time frente ao Olhanense. Falcao é Falcao. Para os adeptos, a aposta recairia na tripla. Com Mariano e Rodriguez no lote, haverá desejo para tal?
Seis anos após Manchester
9 de Março de 2004, Old Trafford. 9 de Março de 2010, Emirates. Então como agora, o F.C. Porto defendia uma vantagem de 2-1. O ManUnited conseguiu marcar, os ingleses conseguem sempre, mas Costinha pintou uma tela repleta de cores para os azuis e brancos. Exactamente seis anos depois, não faltam candidatos para assumir a pasta do Ministro.
O Maisfutebol está em Londres para acompanhar um momento decisivo para a temporada do F.C. Porto. Wenger diz que «está em boa posição». Isso e aquele sorriso...
EQUIPAS PROVÁVEIS:
ARSENAL: Almunia; Eboué, Vermaelen, Silvestre e Clichy; Diaby e Denilson; Walcott, Nasri e Arshavin; Bendtner.
F.C. PORTO: Hélton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Álvaro Pereira; Ruben Micael, Tomás Costa e Raul Meireles; Varela, Falcao e Hu