O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Fontelas Gomes, reiterou a intenção de «acalmar» o futebol português e apelou à rapidez nas decisões disciplinares, assegurando não equacionar nenhuma forma de protesto.
 
«Estivemos em silêncio durante algumas semanas, foi um silêncio propositado, que entendíamos ser o mais adequado e o que nos levou a fazer o comunicado foi que o silêncio não resultou», lamentou.
 
Em declarações à agência Lusa, José Fontelas Gomes esclareceu que o comunicado emitido na segunda-feira pela APAF «não tinha qualquer destinatário», tendo como objetivo apaziguar os ânimos e, sobretudo, instar os órgãos disciplinares da modalidade a agir rapidamente.
 
«Não tem qualquer direção, aliás é um comunicado que não refere nomes ou instituições, é um comunicado que, do nosso ponto de vista, era o mais indicado para que houvesse alguma acalmia. Não pensámos sequer na possibilidade [de boicote] e o comunicado apela ao sentido de responsabilidade das pessoas, para valorizar o futebol português», frisou o presidente da APAF.
 
«Obviamente, se as coisas tomassem outro tipo de repercussões, que não tomaram até agora, seriam contas de outro rosário, mas não é esse o sentido do comunicado», salientou.
 
No comunicado de segunda-feira, a APAF apelou à tomada de decisões “céleres e firmes” de órgãos disciplinares e tutela, no sentido de travar «as crescentes insinuações, comentários e opiniões» que estão a afetar o setor.
 
Fontelas Gomes desvalorizou ainda a alegada presença do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, no balneário do Estádio do Dragão, antes do clássico entre FC Porto e Benfica, da quinta jornada da I Liga, que os azuis e brancos venceram por 1-0, noticiada pelo Correio da Manhã.
 
«Do meu ponto de vista, não tem significado nenhum. Acho que estamos a pegar em coisas sem significado e o meu apelo vai para que se centrem as atenções no que é importante e pode melhorar o futebol português. Mas também defendo que o que estiver mal, se disser respeito à arbitragem, seja corrigido», rematou.
 
O Correio da Manhã dá ainda conta da alegada oferta de «um roupão personalizado» ao árbitro Artur Soares Dias, por ocasião desse encontro, levando Fontelas Gomes a defender uma definição clara do que é ou não permitido oferecer aos juízes.
 
«Nem sei se isso é um brinde, se o árbitro o tem, mas espero que se faça tudo de forma clara, que a Liga e a federação digam o que é ou não permitido, que se faça tudo de forma clara para não se andar neste clima», referiu.
 
Nesse sentido, o presidente da APAF reiterou o apelo à «rapidez e celeridade» nas decisões do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol para evitar «este tempo infinito com um ónus de suspeição, insinuações e críticas à arbitragem».
 
«Ao deixarmos prolongar isto no tempo ajudamos a criar um clima maior de instabilidade», concluiu.