À falta de golos - e remates à baliza - na festa de apresentação aos sócios, o Boavista de Jorge Simão mostrou-se oficialmente no Bessa às portas da época 2018/2019. Depois dos 24 apresentados, sem Robson e Tahar nas contas, os axadrezados empataram ante os espanhóis do Getafe: 0-0 a dez dias da estreia oficial da época na Liga, em Portimão.

Com cinco reforços no onze inicial, as novidades começaram logo na baliza com a titularidade de Helton Leite. Na defesa, aos laterais Carraça e Talocha, juntou-se uma nova dupla de centrais, Neris e Raphael Silva. Daí para a frente, Idris a capitanear na zona mais recuada a meio campo, com o apoio de David Simão e do reforço Rafael Costa. Lá na frente, o mais adiantado foi outra cara nova, Falcone, com Rochinha e Fábio Espinho por perto.

Olhar para este Boavista antes de tudo ser (mais) a sério tem ainda várias pontas soltas, mas traços da identidade colocada por Jorge Simão na época passada. Uma equipa com alma e espírito de sacrifício, porém ainda órfã de mais talento e poder de decisão. Sobretudo no ataque ao golo.

Um olhar, grosso modo à atuação da equipa, mostrou uma forma de jogar algo híbrida, com os jogadores a variarem no apoio entre setores. Rochinha, por exemplo, ora aparecia pela esquerda, ora colava ao meio no apoio a Falcone. Assim como Fábio Espinho, nas costas do argentino. Ou por vezes a aparecer em linha com o ex-Desp. Aves.

Boavista-Getafe, 0-0 (destaques)

As variações axadrezadas tentaram desequilibrar um jogo até quezilento e de poucas oportunidades de golo. Criatividade escassa. Pontaria à baliza, idem. De parte a parte. Dir-se-á um jogo típico de preparação, de testes, porque ainda o foi.

Apesar de vários rasgos individuais, não houve um remate concreto nas balizas durante a primeira parte. Destaque para uma jogada do Boavista, perto do intervalo, iniciada em Rochinha e cujo cruzamento de Carraça encontrou um corte crucial de Djené perante Falcone.

FICHA E FILME DO JOGO

No recomeço, já com Bracali, Obiora e André Claro, o Boavista conseguiu circular a bola com mais qualidade e objetividade. Escasseava critério no último terço.

As substituições sucederam-se nas duas equipas, com Simão a dar minutos a Gonçalo Cardoso, Mateus e Gabriel. Só Assis, Sparagna, Samu e Edu Machado ficaram no banco da pantera.

De resto, vontade maior que o engenho até ao apito final, perto do qual surgiram ocasiões com algum relevo. Obiora, após defesa incompleta de Yañez, podia ter marcado (77m), assim como Raphael Silva, a canto de Carraça (88m). Pelo meio, Merveil e Hugo Duro tentaram, mas não houve uma bola com pontaria às balizas. Não se espante, por isso, a nulidade no marcador.

Só houve mesmo grito no desempate por penáltis, que sorriu aos espanhóis (3-4).