O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol deseja celeridade na investigação ao caso dos emails sobre a alegada influência do Benfica na arbitragem.

Num comunicado assinado por José Manuel Meirim, presidente do organismo, é deixado um apelo para que todos os «operadores do futebol», incluindo o próprio CD e a Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga, «façam todos os esforços que são reclamados».

«Apela-se a que todos tenham um empenhamento redobrado de modo a afastar de forma célere, não só o manto de suspeitas que escurece o universo das competições desportivas profissionais, mas ainda para que todos os procedimentos disciplinares, independentemente da sua natureza ou objeto, venham a alcançar a mais rápida resposta final possível, de molde a que tais competições se disputem, desde o dealbar [início] da época desportiva 2017/2018, num ambiente de regularidade e estabilidade», pode ler-se ainda.

«Hoje toda a imprensa confere assinalável destaque a um conjunto de declarações e factos, de diversa natureza e origem. Refere-se ainda a investigação do Ministério Público e do CD da FPF. Assim sendo, perante este retrato público, não pode o CD deixar de se exprimir, em nome da confiança que devem merecer as instituições desportivas que exercem o poder disciplinar junto de um, como vimos, vastíssimo universo de entidades e pessoas», prosseguiu Meirim, justificando desta forma a quebra do silêncio.

No comunicado é ainda referindo que o CD não recebeu qualquer participação, daí que o organismo disciplinar da FPF tenha aberto um inquérito por iniciativa própria. Ao inquérito estão agora a ser anexados elementos que têm vindo a público pela mão do diretor de comunicação do FC Porto através do Porto Canal, tal como correspondência eletrónica que envolve o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o antigo presidente da LPFP Mário Figueiredo e o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves. «Perante novas declarações e notícias, foi determinado anexar esses elementos ao processo de inquérito», sustenta o CD da FPF, que acrescenta que este critério vai manter-se. «O mesmo sucederá amanhã perante as notícias de hoje e sempre assim será quando o CD tomar conhecimento de elementos relativos ao objeto do inquérito. Esclareça-se, aliás, que ao CD não chegou, até a este momento, qualquer denúncia, participação, queixa, seja de quem quer que seja ou mesmo anónima.».